Se depender do governo, o Brasil nunca terá uma
legislação democrática sobre os meios de comunicação. Não há qualquer sinal de
que a presidente Dilma esteja disposta a enfrentar os barões da mídia. Pelo
contrário. Na 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, realizada nesta
semana em Brasília, ela repetiu: “Como já disse várias vezes, eu estou
convencida de que mesmo quando há exageros, e nós sabemos que eles existem, é
sempre preferível o ruído da imprensa livre ao silêncio tumular das ditaduras”.
Pura platitude!
A presidenta insiste em confundir liberdade de expressão com
liberdade dos monopólios midiáticos. Pior: por razões pragmáticas, ela finge
desconhecer que esta mesma mídia, que hoje comete “exageros”, apoiou o golpe
militar e o “silêncio tumular da ditadura”. A democratização dos meios de
comunicação, com uma regulação que garanta maior diversidade e pluralidade informativas,
é o que poderia garantir a verdadeira liberdade de expressão e uma “imprensa
livre”. Mas a presidenta teme tocar no vespeiro.
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