Havana,
24 nov (Prensa Latina) - As Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) e o governo colombiano seguirão hoje
aqui discutindo sobre o desenvolvimento agrário integral nesse país,
prioridade de uma agenda com a qual esperam pôr ponto final a um
conflito de longa data.
Os colombianos e toda a região continuam atentos aos diálogos de paz
que entrarão em seu quinto dia, com total reserva e hermetismo - como
ambas partes acordaram desde o início -, enquanto os meios de imprensa
tentam conhecer de primeira mão o que sucede a portas fechadas.
"As discussões da mesa não se farão públicas e se estabelecerá um
mecanismo para dar a conhecer conjuntamente sobre os avanços", assim o
advertiram os representantes do governo e a guerrilha em uma das 10
regras de funcionamentos no Acordo Geral a 26 de agosto último.
Passaeram-se quatro jornadas nas quais só as FARC-EP deram breves
declarações, as mais ontem quando Ricardo Téllez, um dos cinco membros
plenipotenciários da guerrilha na mesa, leu um comunicado em que pedem
ao presidente estadunidense, Barack Obama, que indulte ao lutador Simón
Trinidad.
O insurgente cumpre desde 2008 uma condenação de 60
anos em uma prisão dessa nação ao norte e foi designado pelas forças
rebeldes integrante da comissão plenipotenciária, encabeçada pelo
comandante Iván Márquez, e que conformam também Andrés Paris e Marcos
León Calarcá.
"O governo dos Estados Unidos faria uma imensa
contribuição à paz da Colômbia com esse gesto de humanidade", afirmou
Téllez a sua chegada ao Palácio de Convenções na capital, sede das
conversas, onde a cada manhã ambas partes são esperadas por centenas de
jornalistas de 16 países, estabelecidos para cobrir o encontro.
Como confirmou a Prensa Latina a equipe de comunicação que acompanha os
representantes do governo de Juan Manuel Santos, se espera que nas
próximas horas o general retirado Oscar Laranjeira, designado negociador
plenipotenciário, se incorpore à mesa.
Muito pouco se sabe se
houve avanços sobre o primeiro ponto (a terra), para muitos o mais
complexo e sensível, e a principal causa que obrigou um grupo de
camponeses em 1964 em Marquetalia, Tolima, a lutar nas selvas. |
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