Jesse Chacón, assumidamente chavista, foi atacado pela mídia direitista, mas sua empresa de pesquisa, GIS XXI, acertou na mosca (Foto: AVN) |
De Caracas (Venezuela)
– Três institutos de pesquisa venezuelanos que foram atacados como "não
confiáveis" pelos meios de comunicação privados, a grande maioria
anti-chavista militante, foram os que mais acertaram os resultados das eleições
de 7 de outubro. Seus diretores foram inclusive vítimas de campanha suja.
Conforme informações divulgadas pela
Agência Venezuelana de Notícias (AVN), o diretor do Grupo de Investigação
Social (GIS) XXI, Jesse Chacón, foi ferino. Disse durante um encontro promovido
pelo jornal Últimas Notícias, na
semana passada, para avaliar o desempenho das pesquisas durante a campanha
eleitoral: "Somos as pesquisadoras 'não confiáveis', segundo a mídia do
país, as que acertamos: GIS XXI, Hinterlaces e Consultores 30.11, porque
Consultores 21 e Datanálisis são 'confiáveis', porém não acertam".
Nas suas pesquisas, os três
institutos chegaram a números que só previam o triunfo do presidente Hugo
Chávez e descartaram qualquer possibilidade de vitória do candidato opositor
Henrique Capriles.
Chacón foi um dos mais
desrespeitados pela mídia anti-chavista, porque é assumidamente chavista, já
tendo sido inclusive ministro do governo de Chávez. Mas ele agora pode
responder à vontade, porque acertou na mosca. Sua empresa, GIS XXI, na última
pesquisa divulgada antes do pleito, previu a vitória de Chávez com 55,1% dos
votos, e 44,9% para Capriles. O resultado final, com 98,02% das atas
totalizadas, deu 55,25% X 44,14%.
Ele comentou: "Espero que os jornalistas,
de agora em diante, saibam definir quem é sério e quem não é sério. A seriedade
duma empresa de pesquisa não tem a ver com a origem ou a ideologia de seu diretor,
tem a ver com se acerta ou não acerta".
A Hinterlaces também se aproximou
bastante no segundo cenário que apresentou. No primeiro, o líder da Revolução
Bolivariana ganharia com uma diferença entre 14 e 16 pontos percentuais sobre
Capriles, com 57% ou 58% dos votos para o socialista e 43%-42% para seu adversário;
já no segundo cenário, a diferença estava entre 10 e 12 pontos, com um apoio
para Chávez de 55%-56%, enquanto o opositor ficava entre 45%-44%.
E a Consultores 30.11 contemplava em
seu último estudo um único cenário: a reeleição do presidente com 57,5% dos
votos, enquanto a opção da direita obteria 42,5% dos sufrágios. Neste caso, a diferença era de 15 pontos.
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