A "Esquina Caliente", na Praça Simón Bolívar, centro de Caracas, esteve agitada no domingo vaiando e perseguindo partidários de Capriles |
Intolerância política, própria de movimentos fascistas que não combinam em nada com a bela utopia bolivariana e socialista atualmente em construção na Venezuela sob a liderança do "comandante" Chávez. É como se um cidadão ou uma cidadã não tivesse o elementar direito de transitar por uma área pública da cidade em decorrência de suas opções políticas e ideológicas.
Esta senhora (blusa amarela, com bandeira), paramentada de caprilista, teve a "ousadia" de atravessar a Praça Bolívar: foi perseguida por chavistas aos gritos de "fora majunche!" |
Em alguns casos, policiais tiveram que intervir para garantir a integridade física das pessoas - homens e mulheres. Em um caso, os mais exaltados se apossaram do boné de alguém (boné característico com cores e estrelas da bandeira do país, que começou a ser usado por Capriles e passou a ser usado por seus apoiadores), não vi como se apossaram do objeto (presumo que tenha sido "tomado" de algum "majunche"). E saíram chutando o boné pela rua, com gritos e comemorações.
Quase todos os dias lideranças chavistas e o próprio Chávez têm avisado aos seus seguidores: "Cuidado, não aceitem provocações", exatamente para evitar atos de violência que gerem um clima de medo e desestabilização do processo eleitoral. Querem ganhar, limpamente, no voto. No domingo, na "Esquina Caliente", deu-se o inverso: chavistas provocavam!
Esta senhora entrou na confusão para me defender |
Tive o apoio de alguns que entraram na confusão para me defender: me lembro do rosto de uma senhora negra que foi muito simpática comigo, sorria para mim e me defendia; um senhor disse: "Somos um país livre e democrático, ele pode fotografar o que quiser". Um outro me disse que me reconhecia de uma vez que participei de um programa de rádios comunitárias, que é feito ali, justamente com o nome "Esquina Caliente", às 11 horas de toda quinta-feira. Por sinal, logo em seguida à confusão comigo passou por lá e nos cumprimentamos um dos radialistas do dito programa (Gonzalo Azuaje, do Coletivo Ali Primera).
Tudo acabou bem, quer dizer mais ou menos, porque a mancha da intolerância ficou.
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