Dejanira Moreno exibe as três notas de 100 bolívares, que estavam dobradas juntas na bolsa (atrás a barraca da "Esquina Caliente") |
Ela denunciou a fraude, meteu a mão na bolsa, retirou as três cédulas de 100 bolívares, ainda dobradas juntas e posou para fotos. Informou que é graduada como advogada, trabalha como assistente social na Missão Bairro Adentro 1 (serviço público de saúde nas áreas de odontologia e medicina geral) e é chavista: "Ganhei meus 300 bolívares, mas vou votar em Chávez" ("por Chávez", como dizem aqui).
Eu estava na "Esquina Caliente", depois das confusões narradas na postagem logo abaixo, comentando sobre o sucesso da manifestação de Capriles lá pelo meio-dia/início da tarde daquele domingo, tentando colher impressões de chavistas (na "Esquina" só encostam chavistas) sobre a grande quantidade de gente que encheu (e transbordou) a Avenida Bolívar. Topei logo com versões dando conta de que grande parte é gente, jovens sobretudo, de bairros pobres que "alugam" sua participação por uma grana. Algumas pessoas diziam ser a coisa mais comum do mundo. "É verdade? A senhora conhece alguém que já ganhou dinheiro assim?", indaguei.
A senhora não hesitou. Chamou Dejanira, que se apresentou como uma das "infiltradas" naquele mesmo dia. E relatou o já relatado acima.
Mas, "meus queridos irmãos", como diria um pregador religioso, esse terreno da informação é um terreno movediço, a gente nunca sabe com segurança. Comentando com uma minha conhecida, caprilista, sobre o momentoso tema venezuelano, conjecturei que no próximo dia 4, quinta-feira, certamente o presidente Hugo Chávez iria mobilizar mais gente no fecho de sua campanha, em Caracas, na mesma Avenida Bolívar. Ela me respondeu:
"Ah, mas Chávez paga a manifestantes para fazer número em seus comícios e Capriles não. Além disso, os chavistas obrigam os funcionários públicos a comparecer, sob pena de perder seus empregos".
É difícil, "meus caríssimos irmãos!" O jeito é esperar o resultado da votação na noite de 7 de outubro.
Comentários