CORREA DEVE SER REELEITO NO EQUADOR: O SEGUNDO COLOCADO É “NENHUM”, COM 15,8%




Correa mantém uma identificação estreita com presidentes sul-americanos mais à esquerda, como Chávez e Evo Morales (Foto: Agência ANDES)
A eleição será em 17 de fevereiro e Rafael Correa aparece em pesquisa com 61,7% das intenções de voto: é mais um presidente latino-americano amado pela maioria do povo e odiado pelos monopólios da mídia hegemônica

De São Paulo (SP) – O presidente equatoriano Rafael Correa tem todas as chances de ser reeleito nas eleições já convocadas oficialmente para 17 de fevereiro de 2013. Em pesquisa feita pelo instituto Perfis de Opinião, divulgada pelo jornal estatal El Ciudadano, ele lidera as intenções de voto com 61,7%. Foi apresentada aos entrevistados uma lista de nomes, com a pergunta: “Se as eleições para presidente do Equador fossem hoje e se apresentassem estes candidatos, em quem você votaria?” Depois do presidente, a opção que ficou em segundo lugar foi “Nenhum”, com 15,8%.    

A pesquisa foi realizada em Quito (capital equatoriana) e Guayaquil (a maior cidade do país), nos dias 29 e 30 de setembro último, com 613 entrevistas. Entraram na lista, além de outros menos votados: o banqueiro Guillermo Lasso, que ficou com 12,6% das preferências, e o ex-presidente Lucio Gutiérrez (assumiu em 2003 e foi derrubado por um golpe em 2005), com 3,6%.

Também foi perguntado se se consideram “correístas” ou “anti-correístas”: 70,8% descartaram as duas opções; 24% responderam que eram “correístas”, e 5,2%, “anti-correístas”. 72,8% confiam no mandatário equatoriano, enquanto 26,8% não confiam. Sobre o combate à corrupção, 80,4% avalizam a luta do governo e 19,7% não.

Os equatorianos elegerão o presidente e seu vice e mais 137 legisladores que integrarão a Assembleia (Congresso) Nacional (como na Venezuela e ao contrário do Brasil, não há Senado). Há normas ainda pendentes de regulamentação pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em conformidade com a legislação mais recente. São 11,6 milhões de eleitores numa população de mais de 14 milhões. Os candidatos devem se inscrever em 15 de novembro. Partidos de esquerda têm como certo que marcharão com Correa, embora, formalmente, o presidente declare que seu movimento político – Aliança País – ainda vai decidir.
O líder equatoriano, desde 2007 na presidência, tem alto índice de popularidade (Foto: EFE/VTV)
Rafael Correa, 49 anos, economista com cursos de pós-graduação na Bélgica e nos Estados Unidos, está na presidência desde 2007. Com a chamada Revolução Cidadã, tem uma identificação muito estreita com presidentes de esquerda da região, especialmente com Hugo Chávez, da Venezuela (Revolução Bolivariana), e Evo Morales, da Bolívia (Revolução Democrática e Cultural). São populares – chamados “populistas” pela direita -, executam políticas de inclusão dos mais pobres, são inimigos das oligarquias locais e alvos preferenciais na América Latina do império estadunidense. Os três já enfrentaram tentativas de golpe de Estado.

E como decorrência de tais posições, obviamente, são vilões no dia-a-dia do terrorismo midiático: travam uma luta diária com os monopólios da imprensa hegemônica (no Brasil e internacionalmente), que só veem coisas negativas na ação de tais governantes. Nessa chamada guerra de quarta geração, o foco maior é sobre Chávez, mas Correa tem se destacado muito nessa briga. Ataques e contra-ataques não faltam: recentemente, por exemplo, o presidente equatoriano proibiu seus ministros de darem informações aos meios privados de comunicação.

“Não vamos dar informação a essas empresas corruptas que não pagam impostos”, explicou o presidente equatoriano, dizendo que alguns meios de comunicação do seu país e da América Latina "abusam do seu poder midiático". "Não vamos dar mais lucro e mais poder" a essas empresas, endureceu. Insistiu que seu governo respeita os direitos da informação, mas  não tolerará a "liberdade para a extorsão".

Expulsando ONGs estrangeiras

Outro episódio recente que mostra o zelo do governo por manter sua soberania, diante das ingerências estrangeiras, em especial do império estadunidense, foi que 26 ONGs estrangeiras (Organizações Não Governamentais) tiveram cancelada sua permissão de atuação no Equador. Dentre elas, nove eram dos Estados Unidos.

Correa denunciou que havia ONGs que não informavam sobre seus recursos financeiros e muitas delas não cumpriam a legislação e a finalidade a que se destinavam. Pelo contrário, disse, se dedicavam a fazer política no país. Antes da publicação do decreto que cancelou as permissões, ele havia declarado que algumas ONGs são de extrema direita, em sua maioria estadunidenses, e que trabalham para desestabilizar os governos progressistas. Acrescentou que outras que atuam na fronteira norte são cúmplices de grupos irregulares.



(A maioria das informações acima estão baseadas no noticiário dos sítios Aporrea.org, Venezuelana de Televisão - VTV, e TV Telesur).


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