Tive neste último sábado, dia 22, um dia bastante "movido" (agitado, movimentado), como tem sido esses últimos dias da corrida eleitoral para a Presidência. Estamos hoje, dia 24, a 13 dias da votação que deve confirmar, segundo os prognósticos mais confiáveis, a segunda reeleição do presidente Hugo Chávez (seu principal oponente é Henrique Capriles, governador do estado de Miranda).
Comecei o sábado na Praça Venezuela (ao contrário do que aparenta, não é propriamente uma praça, e sim uma área da cidade, como se fosse um bairro). Aí, como se vê na foto acima (de Gregorio Terán/AVN), se concentraram milhares de integrantes/beneficiários das chamadas "misiones" - são as missões, através das quais a denominada revolução bolivariana (ou o governo de Chávez) executa os programas sociais (voltarei em outra postagem ao assunto).
São pessoas das camadas mais populares, mais pobres, moradores de áreas periféricas, aqui chamadas "barrios" ou "barriadas" (equivalentes no Brasil, particularmente no Rio de Janeiro, a "morros" ou "favelas", em Buenos Aires são "villas"). São áreas onde Chávez é adorado como uma espécie de deus ou santo, justamente porque "los vecinos" (os moradores) são beneficiados por seu governo. Foram manifestar seu apoio ao "Comandante", ao "candidato da Pátria".
Fizeram uma "marcha" (passeata, desfile) de cerca de seis quilômetros rumo ao centro e voltaram a se concentrar na Praça O'Leary (foto acima também da AVN - a estatal Agência Venezuelana de Notíciais). São dezenas de missões. Na passeata se agruparam em cinco blocos: as da área de educação, as da saúde, as de alimentação, as chamadas sociais e a missão da moradia. (Capriles jura que não, mas o povo pobre e os chavistas não têm dúvida de que um governo da direita iria se virar pra acabar com as missões).
Quando começavam a se preparar para a "marcha", me desloquei para o centro (maiores de 60 anos não pagam metrô, ônibus sim, todo mundo paga). Na saída da estação do metrô Capitólio (bem no miolo da capital), topei com outra manifestação (pequena) também pró Chávez, numa das esquinas da Assembleia (Congresso) Nacional (veja foto logo acima - a partir desta, todas as fotos são minhas).
Subi uma quadra até a Praça Simón Bolívar, em cujas imediações havia um bocado de barracas armadas com variados serviços e atividades. Esta aí (barraca verde) é do Poder Eleitoral - Conselho Nacional Eleitoral (CNE, nosso TSE), prestação de serviços a eleitores.
Pegadas, mais duas (branca e vermelha), promoção de vendas de celulares em condições facilitadas para a população de poder aquisitivo mais baixo. Isso é uma coisa bastante comum por aqui. São empresas estatais (no caso da telefonia, a CanTV, empresa estatizada pelo governo) que prestam serviços ou vendem produtos mais baratos. Você não vê gente com cara de burguês na fila, somente gente com cara de gente de posses mais modestas. No período das férias escolares, que foi de 10/agosto a 10/setembro, por exemplo, espalharam-se inúmeros pontos de venda (inclusive um imenso num prédio nas proximidades da Praça Candelária) de materiais escolares, tudo com descontos que chegavam, segundo anúncios, a 60% e 70%.
Outro exemplo: na foto aí, a uns 50 metros de onde estávamos, em frente à Assembleia Nacional, são barracas do Mercal (também incluído nas missões), um dos mercados estatais que vendem produtos alimentícios com preços populares.
Esta entrou só porque está no meio do caminho, pois independe de dia, está sempre aí na Praça Bolívar: é a Esquina Caliente, só encosta chavista, já muito conhecida dos leitores do meu blog.
Dei uma esticada até a Praça O Venezuelano, passando por esta rua aí acima coalhada de gente e cartazes de Chávez. Nesta praça no final da tarde, nos fins de semana, costumam "bailar" casais cinquentões/sessentões, mas era ainda por volta do meio-dia, o serviço de som soltava ao ar canções românticas: quando passei estava tocando, em espanhol, claro, "Maria Helena es tu, a minha inspiração..." (acho que é assim, não? No Brasil era cantada por Altemar Dutra, estou certo?).
Ao me dirigir à Praça O'Leary para rever nossos manifestantes das "misiones", ainda registrei (foto acima) um grupo de rock se apresentando numa pequena área defronte do Metro Center (um centro comercial - "metro" é metrô), junto da Avenida Baralt. Show inserido também na campanha de Chávez (como vocês podem notar, a percepção da campanha da oposição no centro de Caracas é mínima, quase inexistente).
A "marcha" das missões estava chegando ao centro, rumando à Praça O'Leary (veja à direita o prédio do Metro Center - todos esses lugares que estou mencionando ficam no miolo de Caracas).
Dei ainda um pulo ao belo (e antigo, inaugurado em 1881) Teatro Municipal de Caracas, onde acontecia um encontro do Partido Comunista da Venezuela (PCV - o chamado "Gallo Rojo", Galo Vermelho), fundado em 1931, um dos 12 partidos e movimentos que compõem a aliança pró Chávez.
Chegamos então à Praça O'Leary, onde se desenrolavam os discursos para fechar a manifestação das missões em apoio a Chávez em 7 de outubro. Nessa altura eu estava em companhia do Miguel, em destaque aí na última foto, parceiro chavista (e simpatizante do PCV) que conheci na Esquina Caliente. Aliás, este nome Miguel me vem acompanhando ultimamente: saí do Brasil sabendo que meu terceiro neto, a nascer em novembro, se chamará Miguel; o filho da senhora caraquenha que me alugou um quarto se chama Miguel; e agora o novo companheiro Miguel. Para encerrar esse dia "movido", fomos, Miguel e eu, tomar uma cervejinha ali bem "cerquita" (pertinho).
Comecei o sábado na Praça Venezuela (ao contrário do que aparenta, não é propriamente uma praça, e sim uma área da cidade, como se fosse um bairro). Aí, como se vê na foto acima (de Gregorio Terán/AVN), se concentraram milhares de integrantes/beneficiários das chamadas "misiones" - são as missões, através das quais a denominada revolução bolivariana (ou o governo de Chávez) executa os programas sociais (voltarei em outra postagem ao assunto).
São pessoas das camadas mais populares, mais pobres, moradores de áreas periféricas, aqui chamadas "barrios" ou "barriadas" (equivalentes no Brasil, particularmente no Rio de Janeiro, a "morros" ou "favelas", em Buenos Aires são "villas"). São áreas onde Chávez é adorado como uma espécie de deus ou santo, justamente porque "los vecinos" (os moradores) são beneficiados por seu governo. Foram manifestar seu apoio ao "Comandante", ao "candidato da Pátria".
Fizeram uma "marcha" (passeata, desfile) de cerca de seis quilômetros rumo ao centro e voltaram a se concentrar na Praça O'Leary (foto acima também da AVN - a estatal Agência Venezuelana de Notíciais). São dezenas de missões. Na passeata se agruparam em cinco blocos: as da área de educação, as da saúde, as de alimentação, as chamadas sociais e a missão da moradia. (Capriles jura que não, mas o povo pobre e os chavistas não têm dúvida de que um governo da direita iria se virar pra acabar com as missões).
Quando começavam a se preparar para a "marcha", me desloquei para o centro (maiores de 60 anos não pagam metrô, ônibus sim, todo mundo paga). Na saída da estação do metrô Capitólio (bem no miolo da capital), topei com outra manifestação (pequena) também pró Chávez, numa das esquinas da Assembleia (Congresso) Nacional (veja foto logo acima - a partir desta, todas as fotos são minhas).
Subi uma quadra até a Praça Simón Bolívar, em cujas imediações havia um bocado de barracas armadas com variados serviços e atividades. Esta aí (barraca verde) é do Poder Eleitoral - Conselho Nacional Eleitoral (CNE, nosso TSE), prestação de serviços a eleitores.
Pegadas, mais duas (branca e vermelha), promoção de vendas de celulares em condições facilitadas para a população de poder aquisitivo mais baixo. Isso é uma coisa bastante comum por aqui. São empresas estatais (no caso da telefonia, a CanTV, empresa estatizada pelo governo) que prestam serviços ou vendem produtos mais baratos. Você não vê gente com cara de burguês na fila, somente gente com cara de gente de posses mais modestas. No período das férias escolares, que foi de 10/agosto a 10/setembro, por exemplo, espalharam-se inúmeros pontos de venda (inclusive um imenso num prédio nas proximidades da Praça Candelária) de materiais escolares, tudo com descontos que chegavam, segundo anúncios, a 60% e 70%.
Outro exemplo: na foto aí, a uns 50 metros de onde estávamos, em frente à Assembleia Nacional, são barracas do Mercal (também incluído nas missões), um dos mercados estatais que vendem produtos alimentícios com preços populares.
Esta entrou só porque está no meio do caminho, pois independe de dia, está sempre aí na Praça Bolívar: é a Esquina Caliente, só encosta chavista, já muito conhecida dos leitores do meu blog.
Dei uma esticada até a Praça O Venezuelano, passando por esta rua aí acima coalhada de gente e cartazes de Chávez. Nesta praça no final da tarde, nos fins de semana, costumam "bailar" casais cinquentões/sessentões, mas era ainda por volta do meio-dia, o serviço de som soltava ao ar canções românticas: quando passei estava tocando, em espanhol, claro, "Maria Helena es tu, a minha inspiração..." (acho que é assim, não? No Brasil era cantada por Altemar Dutra, estou certo?).
Ao me dirigir à Praça O'Leary para rever nossos manifestantes das "misiones", ainda registrei (foto acima) um grupo de rock se apresentando numa pequena área defronte do Metro Center (um centro comercial - "metro" é metrô), junto da Avenida Baralt. Show inserido também na campanha de Chávez (como vocês podem notar, a percepção da campanha da oposição no centro de Caracas é mínima, quase inexistente).
A "marcha" das missões estava chegando ao centro, rumando à Praça O'Leary (veja à direita o prédio do Metro Center - todos esses lugares que estou mencionando ficam no miolo de Caracas).
Chegamos então à Praça O'Leary, onde se desenrolavam os discursos para fechar a manifestação das missões em apoio a Chávez em 7 de outubro. Nessa altura eu estava em companhia do Miguel, em destaque aí na última foto, parceiro chavista (e simpatizante do PCV) que conheci na Esquina Caliente. Aliás, este nome Miguel me vem acompanhando ultimamente: saí do Brasil sabendo que meu terceiro neto, a nascer em novembro, se chamará Miguel; o filho da senhora caraquenha que me alugou um quarto se chama Miguel; e agora o novo companheiro Miguel. Para encerrar esse dia "movido", fomos, Miguel e eu, tomar uma cervejinha ali bem "cerquita" (pertinho).
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