Militantes de organizações populares lançaram sua "declaração política" na Praça O Venezuelano (Foto: Jadson Oliveira) |
De Caracas (Venezuela)
- Várias organizações do movimento popular foram à Praça O Venezuelano (centro
da cidade) na manhã da segunda-feira, dia 3, para manifestar o apoio ao
presidente Hugo Chávez nas eleições de 7 de outubro e defender, como tarefa
essencial para o êxito da chamada revolução bolivariana, a construção do Poder
Popular (assim com “P” grande como eles escrevem). O convidado especial para o
encontro foi o jornalista Ernesto Villegas, diretor do jornal Ciudad CCS, diário editado pela
prefeitura de Caracas (município de Libertador), afinado com o chavismo.
A “declaração política das
organizações do Poder Popular” foi lida por um dos oradores, Ronald Rivas, do
M-28 (Movimento Março 28, nome em homenagem à data de uma ocupação do Conselho
Universitário da Universidade Central da Venezuela – UCV, realizada pelos
estudantes em 2001). A seguir um de seus parágrafos:
“Construir vitórias eleitorais é
relativamente fácil. A tarefa é desmontar a hegemonia do capital e edificar um
novo bloco histórico realmente transformador capaz de desmantelar a lógica da
ordem existente, o burocratismo, corrupção e o clientelismo político que lhe são
inerentes. É igualmente importante fazer realidade o exercício de todos os direitos
constitucionais e em especial, afiançar a democracia participativa e protagônica.
Precisamente, esta é a tarefa de fundamental importância porque garante a
permanência da Revolução frente às adversidades, os desvios e os ataques de um
modelo global em crise, mas com impérios sumamente agressivos”.
A “declaração” foi assinada por
Conselhos de Trabalhadores, Conselhos Comunitários e outras entidades. Termina
com consignas sempre repetidas pelos movimentos populares: “Com Chávez... para
aprofundar o Poder Popular!” “Com Chávez para que governem os pobres!” “A
presidência é nossa e continua “Carajo”! “Independência e Pátria Socialista!”
“Viveremos e Venceremos!”
Desmentida matança de indígenas Yanomami
A notícia difundida por meios de
comunicação da Venezuela e internacionais, dando conta da suposta matança de 80
Yanomamis numa comunidade indígena do estado venezuelano de Amazonas, foi
desmentida pelo ministro de Relações Interiores e Justiça, Tareck El Aissami.
Segundo ele, uma comissão de representantes do Ministério Público, das Forças
Armadas e do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas
visitou nove comunidades dos Yanomami e comprovou a falsidade das informações.
O ministro escreveu no Twitter: “É
repudiável a maneira miserável como pessoas e meios de comunicação difundiram a
falsa notícia...” Conforme o noticiário local, El Aissami comentou que veículos
de imprensa inventam notícias falsas e censuram notícias verdadeiras, como aconteceu
com o recente caso do cinegrafista Frank Robert Tolosa Torres, da TV
Globovisión (privada radicalmente anti-chavista), que teria ferido com um tiro
um dirigente do movimento camponês. O suposto agressor está sendo procurado
pela polícia.
Ainda sobre os Yanomamis, o ministro
denunciou que meios privados de comunicação tentam criar “matrizes de opinião” para
propagar uma suposta ingovernabilidade do país.
@Chavezcandanga continua bombando no Twitter
O presidente Hugo Chávez é,
disparado, o tuiteiro mais popular da América Latina. Segundo jornais locais,
sua conta @Chavezcandanga (“candanga” é uma palavra usada popularmente na
Venezuela para se referir a uma pessoa travessa ou explosiva) acaba de superar
os 2,5 milhões de seguidores, bem acima de mandatários de países com populações
bem maiores. São os casos de Felipe Calderón, do México (1.372.870), Dilma
Rousseff, do Brasil (1.043.983), e Cristina Kischner, da Argentina (830.859).
Considerando a proporcionalidade
entre as populações, Chávez bate inclusive Barack Obama, que tem quase 13
milhões de seguidores. Na Venezuela vivem quase 30 milhões de habitantes,
enquanto nos Estados Unidos são pouco mais de 300 milhões, 10 vezes mais.
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