Líder e povo se complementam em seus gostos musicais, em seus estudos. Jamais a direita poderá ter um líder assim
10/08/2012
Por Theotonio dos Santos
Nossas
oligarquias estão acostumadas a desmoralizar a emoção na atividade
política. Eles gostam de desqualificar os líderes que têm força popular.
Fidel fala demais. Hugo Chávez apela à jocosidade, aos maneirismos etc.
Correa é mais comportado, mas também é muito emocional. Lula joga com
seu passado popular e se torna burlesco. Evo Morales usa roupas
indígenas que não caem bem em uma recepção formal. Mujica usa sapatos
enlameados, e faz passar por fazendeiro pobre. Cristina Kirchner busca
imitar Evita Perón com suas roupas ‘exageradas’.
Quantos
mais líderes apareçam e se descobrirá neles esse ar popular e romântico
que, segundo os oligarcas, pertence ao mundo da demagogia e não dos
‘chefes de Estado’. Os chefes de Estado usam roupas sóbrias, falam
moderadamente e não cumprem seus compromissos eleitorais, pois não são
demagogos a ponto de fazer o que o povo exige. As oligarquias se referem
assim ao mundo democrático, às vitórias eleitorais dos ‘demagogos’ e
seus diálogos com as forças populares organizadas, mesmo depois de
eleitos. Não confessam, mas lhes dói inclusive o jogo democrático
estadunidense, mas diante deste eles ficam tranquilos, porque seus
líderes nunca pretenderam cumprir com as promessas eleitorais.
Por
isso me sinto obrigado a estabelecer um marco romântico e emocional
para descrever minha última viagem à Venezuela. Não pude deixar de
consignar o sentimento de vitória popular e o prazer de contar com seu
líder mais uma vez. Por que não apelar à música de Roberto Carlos: São
tantas as emoções?
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