“NEM TODO NORTE-AMERICANO É GENTE RUIM”



Sean Penn, no centro da foto, óculos escuros
De Caracas (Venezuela) - Quem esteve por aqui esses dias foi o ator dos Estados Unidos, Sean Penn. Acompanhou o presidente Hugo Chávez nos atos de campanha desse domingo, dia 5, em Valencia, capital de Carabobo, estado central do país. Ativista social bastante ativo, volta e meia ele dá uma força à revolução bolivariana. De óculos escuros e camisa branca, foi visto em cima do caminhão e no palanque ao lado do presidente candidato. “Por aí está, por certo de visita a Venezuela e quis vir conosco hoje um estadunidense muito conhecido por nós, ator cinematográfico, Sean Penn está aqui conosco”, disse Chávez durante seu discurso.

Comentou que “nem todo norte-americano é gente ruim”. “Vamos dar um aplauso de boas-vindas”, e acrescentou: “Daqui saudamos o povo dos Estados Unidos, é um povo ‘hermano nuestro’, um povo americano, somos todos americanos, eles do norte e nós do sul. Todos somos americanos, do norte, do centro e do sul. Viva o continente americano”, arrematou.
O guarda tentando controlar motoqueiros no centro de Caracas
Os “loucos” motoqueiros caraquenhos

Em toda cidade, geralmente capital do estado ou do país, por onde tenho andado, meu xodó é sempre o centro histórico, a parte mais antiga, gosto de chamar miolo da cidade. Em Caracas não é diferente. É raro o dia em que não circulo pelo “miolo da cidade”. Bem, mas quero falar mesmo é do trânsito infernal do centro caraquenho, com seu barulho incrível de buzinas. Afunilando mais: da “loucura” dos motoqueiros, aqui chamados “motorizados” (pronúncia: “motoriçados”, no espanhol da América, de modo geral, não existe o som “z”).

Em toda grande cidade os motoqueiros são “loucos”, mas aqui certamente conseguem ser piores. Invadem o sinal vermelho na maior sem cerimônia do mundo. A todo momento você toma um susto. Várias vezes já pensei: “Vou acabar atropelado por uma moto aqui”. Perguntei a um guarda: e vocês não multam? Não! E não há equipamentos com radar e fotossensor? Não! E vocês não fazem nada? E ele ficou me olhando assim como se não estivesse entendendo muito bem meu “portunhol”.

Na segunda, dia 6, o Últimas Notícias, jornal diário (tamanho tablóide) tido como o de maior circulação no país, publicou reportagem de duas páginas sobre o tema, com chamada de capa. Título: “Pelo menos 10 motoqueiros caem no asfalto a cada dia”. Diz que a maioria sobrevive, mas de 40% a 60% ficam com lesões. Um dos entrevistados chega a exagerar (penso eu): “Em 10 ou 20 anos teremos uma população de deficientes físicos, como se fossem feridos de guerra”.

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