ESTRELA DA FÓRMULA 1 COM CHÁVEZ (notas venezuelanas)



Maldonado e Frank Williams deram a Chávez um quadro com um uniforme (Foto: assessoria do governo)
De Caracas (Venezuela) - Outra estrela internacional (falei outro dia aqui do ator e ativista Sean Penn) que sempre está por aqui dando uma força à campanha eleitoral do presidente Hugo Chávez é Pastor Maldonado, venezuelano que ultimamente vem se destacando na Fórmula 1. Na semana passada ele apareceu numa caravana e concentração: “Apenas acabo de desembarcar, faz meia hora apenas, e estou aqui apoiando “usted” e este povo lindo”, saudou o piloto. Chávez gritou: “Viva o esporte nacional, viva a Venezuela!”

Logo depois Maldonado e Frank Williams, fundador da escuderia que leva seu nome, estiveram com Chávez e lhe presentearam com quadro com um uniforme e a réplica de um volante. No domingo, dia 12, o piloto participou, com sua Williams, de uma “corrida” na grande praça Paseo Los Próceres, em Caracas, num ato que homenageou os atletas venezuelanos das Olimpíadas de Londres, especialmente o esgrimista Rubén Limardo (medalha de ouro, a única obtida pelos venezuelanos).


Preso suposto mercenário vindo da Colômbia

Hugo Chávez anunciou na quinta-feira, dia 9, que as forças de segurança prenderam um suposto mercenário, de nacionalidade norte-americana, de origem latina, que entrou ilegalmente no país a partir da Colômbia. Em seu passaporte, que tentou rasgar ao ser preso, há registro de entrada em vários países: Iraque, em 2006; Afeganistão em várias ocasiões desde 2004; Jordânia em 2007; Grã Bretanha, Alemanha, República Dominicana e Colômbia.

Revelou que o homem tinha também em seu poder um caderno cheio de coordenadas e que ele o rasgou em parte, mas a polícia está tentando decifrar os escritos. “Está detido, tem todos os seus direitos humanos garantidos e é um cidadão estadunidense. O homem tem formação militar e se nega a dar informação. Só isso já é suspeito”, comentou Chávez.

Isso só faz atiçar as suspeitas e temores de alguma ação das forças de direita no sentido de provocar algum ato de desestabilização, dentro da linha de não reconhecer a provável vitória do chavismo na eleição de 7 de outubro, um assunto que não sai da pauta venezuelana.



Chávez: um verdadeiro soldado venezuelano é anti-imperialista

“Somos soldados patriotas, um soldado venezuelano tem que ser patriota, que alguém veja a história desta Pátria, aquele que não seja patriota não é soldado, ainda que esteja uniformizado. Um soldado venezuelano que não seja bolivariano não seria um soldado. Um guarda nacional, desde o general em chefe, que não seja e não se sinta um soldado antiimperialista não seria um verdadeiro soldado venezuelano”.

Palavras de Chávez ao falar na solenidade em comemoração aos 75 anos da Guarda Nacional Bolivariana.
 


Governo festeja inflação de 1% em julho

Dentro da realidade da economia venezuelana é um bom resultado. Basta lembrar que a inflação anual batia aqui na casa dos 30% e a meta perseguida para este ano é ficar abaixo dos 20%. Até esta altura do ano, parece que tal meta será conseguida, conforme os anúncios oficiais do Banco Central da Venezuela e do Instituto Nacional de Estatísticas. A inflação anualizada vem caindo paulatinamente nos últimos sete meses: estava em 27,6% em dezembro/2011 e agora em julho/2012 chegou a 19,4%.


“Pesquisas sem crédito”

Esta é a manchete de capa desta terça-feira, dia 14, do tablóide “El nuevo día”, um dos perto de 20 diários venezuelanos que fazem oposição cerrada contra o chavismo. O texto da chamada é somente isto: “Ninguém acredita nos institutos de pesquisa, cujos números tão inflados são suspeitos de haver sido influenciados por experts em corromper campanhas eleitorais”. “Inflados” aí significa que dão uma frente que varia entre 15 a 30 pontos percentuais a favor de Hugo Chávez contra Henrique Capriles, o candidato da direita. Precisa explicar?


Aqui é diferente, minha senhora! (como diria José Irecê)

Me lembro que uma vez estava eu aturando aquelas filas do posto de Brotas (Salvador-Bahia) do nosso INSS (minha aposentadoria está registrada lá). A gente fica assim com aquele ar de saco cheio, apreciando o desempenho – sempre considerado insatisfatório – dos nossos servidores públicos. Nunca mais me esqueci: me bateu o olhar num aviso na parede alertando a nós, usuários/segurados, das penas legais a que estamos sujeitos caso seja cometido algum ato de desrespeito (ou agressão, não me lembro exatamente) contra o servidor. Citava o artigo da lei (Lei Penal?), etc.

Bem, aqui na Venezuela me parece que a realidade é outra, o espírito é outro. Num serviço público de saúde que tenho freqüentado como paciente (não é nada grave, depois conto pra comparar com o nosso SUS), me bateu o olhar num quadro na parede, com a foto do “comandante presidente” e a frase atribuída a ele, datada de 13/07/2005: “Um revolucionário não pode refugiar-se em desculpas para não cumprir com suas tarefas, há que ser um verdadeiro soldado (...) Funcionário que seja negligente tem que ir pra fora”.

(Para quem não conheceu: o velho José Irecê era um colega jornalista baiano, também advogado, gente boa, irreverente, biriteiro e irresponsável, foi embora cedo).

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