RAMONET: MODELO SEGUIDO POR AMÉRICA LATINA BENEFICIA O POVO


(Matéria traduzida, com pequenos acréscimos, do sítio da TV Telesur, de 04/07/2012. O título acima é deste blog)

De Caracas (Venezuela) - O diretor do jornal francês Le Monde Diplomatique em espanhol, Ignacio Ramonet (foto), ressaltou nesta quarta-feira, dia 4, em entrevista exclusiva à TV Telesur (Telesul), as mudanças no modelo econômico implantadas pelos governos da América Latina e rechaçou que elas não sejam difundidas pelos principais meios de informação na Europa.

“As mudanças que beneficiam os povos na América Latina se dão por um modelo diferente do que querem manter na Europa. Essas mudanças são ocultadas pelos meios de comunicação dominantes na Europa. Aqui na Venezuela e no resto do continente estão em marcha umas políticas radicalmente diferentes do que ocorre na Europa”, disse.

Sublinhou que o modelo econômico proposto pelos países latino-americanos se baseia na restauração do Estado de bem-estar com uma redistribuição de riquezas, pagamento da dívida social, algo que é rechaçado como uma solução na Europa, apesar de ser "proposto por alguns partidos da esquerda”.

Ramonet comentou como a crise na Europa é tratada e abordada pelos principais meios de comunicação: “Lá simplesmente se maneja a solução da crise através de ajustes, cortes, redução de pensões. Para eles só há uma saída por meio de políticas de austeridade, e isso é falso porque aqui nos damos conta de que há outras saídas”.

O diretor do jornal francês, que é convidado do XVIII Foro de São Paulo iniciado nesta quarta na capital venezuelana, disse que as atividades do encontro permitem conhecer a situação política da América Latina e do Caribe e poder levá-la para a Europa, ainda que “faça falta mais meios de comunicação” que assumam esse compromisso.

“É necessária o surgimento de uma maior quantidade de meios de comunicação que expressem o sentimento da maioria democrática, em meio ao barulho que fazem os meios de comunicação privados que só respondem aos interesses de uns poucos”.

O XVIII Foro de São Paulo, que se reúne pela primeira vez na Venezuela, conta com a participação de 600 representantes de partidos políticos, movimentos de esquerda e progressistas da região. Vai até a próxima sexta-feira, dia 6. Na quarta houve encontro de parlamentares na Assembleia Nacional (Congresso) e 14 debates temáticos. Para esta quinta, dia 5, estão programados debates sobre vários temas e a sessão oficial de abertura.

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