Luis Salazar, comunicador comunitário, comanda o programa "DNA da Notícia" (Fotos: Jadson Oliveira) |
No
ar, por emissoras de rádio comunitárias: o programa de governo de Chávez, as
ameaças de desestabilização, o golpe de Estado no Paraguai, o combate sem
tréguas aos inimigos da chamada Revolução Bolivariana
De
Caracas (Venezuela) – Luis Salazar, Franklin Borges,
Gonzalo Azuaje e Elis Rodriguez, comunicadores comunitários/populares,
revezam-se ao microfone na chamada “Esquina Caliente” (a combativa esquina Las
Monjas, na Praça Simón Bolívar, centro de Caracas). É o programa “ADN de la Noticia”
(DNA da Notícia), todas as quintas-feiras, das 11 às 12 horas da manhã, ao
vivo, pela rádio Al Son del 23 (94.7 FM) e pela Rádio Zamora Livre (101.9
FM), que têm audiência em toda Grande Caracas.
Trata-se de uma criação do Coletivo
Comunicacional Revolucionário Somos Ambiente e é retransmitido depois pelas
rádios Macarao (100.3 FM), Conhecimento Livre (99.5 FM) e Coletivo Radiofônico
de Petare (91.5 FM).
Na quinta, dia 12, um dos
entrevistados foi Miguel Ugas, diretor do jornal quinzenal “Y Ahora (E agora) –
Notícias em Paralelo”. Ele falou do programa de governo apresentado pelo
presidente Hugo Chávez (candidato à reeleição em 7 de outubro) para o período
2013-2019, que está sendo discutido em todo o país a partir de mobilização
patrocinada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Cinco pontos
básicos constam do plano de governo: 1 - manutenção da independência; 2 - construção
do socialismo; 3 – fazer uma Venezuela potência; 4 – luta por um mundo
multipolar; e 5 – ajudar a salvar o planeta Terra.
Miguel Ugas, diretor do jornal "Y Ahora" (E Agora), fala do plano de governo de Chávez |
Este repórter/blogueiro do Evidentemente também participou da
programação. Perguntado pelos comunicadores, comentou sobre o papel de
vanguarda do movimento bolivariano na América Latina e a importância
fundamental que as esquerdas no Brasil atribuem à vitória de Chávez nas
eleições venezuelanas. Destacou o nível de mobilização e organização popular
observado entre o povo da Venezuela e, especialmente, a notável atuação das
centenas de meios de comunicação alternativos e comunitários, que jogam um
relevante papel na chamada Revolução Bolivariana, “como mostra este programa de
rádio, ao vivo, diretamente daqui da simbólica ‘Esquina Caliente’”. “É uma
realidade que contrasta, e muito, com a falta de protagonismo popular na
política brasileira”, comparou.
Já num dos programas anteriores, os
convidados e chavistas que circulam sempre pela “esquina” abordaram o golpe “parlamentar”
no vizinho Paraguai que derrubou o presidente Fernando Lugo. Como disse Salazar
em matéria publicada no portal Aporrea.org,
no dia 28/junho: “O império não descansa e não para, em seu empenho de
recuperar seu domínio sobre as repúblicas do continente, que decidiu, de forma
soberana, construir e desenvolver seu próprio destino e forma de vida sem a
tutela do império”.
Numa das mais recentes
quintas-feiras, o “DNA da Notícia” levantou o tema da campanha de desprestígio
encetada pela oposição contra o Conselho Nacional Eleitoral (CNE, o equivalente
ao nosso TSE), denunciando supostos favorecimentos a Chávez na disputa
eleitoral. Os chavistas defendem o CNE como “árbitro da partida” e argumentam
que a oposição sabe que vai perder e se prepara para “cantar a fraude”,
buscando desestabilizar o processo democrático.
Independentemente de alguma programação especial, a "Esquina Caliente" está sempre em atividade |
Toldo vermelho, bandeiras nacional e do PSUV, o assunto é um só: política, todo mundo ali é chavista |
A “Esquina Caliente”, na Praça Bolívar,
simboliza a permanente mobilização dos chavistas e o fervor da militância em
torno de Chávez, mencionado sempre como “o Comandante”. Em qualquer hora do dia,
em qualquer dia da semana, embaixo e/ou em torno de um toldo vermelho, uma bandeira
nacional, outra do PSUV, quase sempre uma TV ligada na estatal Venezolana de
Televisión (VTV), quase sempre a voz do presidente no serviço de som, está por
ali um grupo de militantes, uns sentados outros de pé.
Ali é vendido o jornal diário
estatal Correo del Orinoco por 1 bolívar e ali por perto, pela manhã, é
distribuído gratuitamente o outro diário estatal Ciudad CCS, editado pela
prefeitura de Libertador (o mais populoso município de Caracas). O assunto por
ali é um só: política, ou melhor, exaltação do chavismo e pau no “majunche”
(ridículo, coisa sem valor), como é chamado o candidato opositor, Henrique
Capriles Radonski, governador (afastado temporariamente) do estado de Miranda.
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