COMO ESTÁ CHÁVEZ?


Atilio Boron é cumprimentado por Chávez no ato da Assembleia Nacional (Foto: AVN)
Por Atilio A. Boron (Cientista político e sociólogo argentino de nascimento e latino-americano por convicção, como ele se identifica em seu blog)

Quero compartilhar com todas e todos umas impressões pessoais, intercaladas com alguns elementos de análise, acerca de um dia inesquecível. Fazia um tempo que não via o presidente Hugo Chávez e tinha, como todos, uma ansiedade muito grande ante a possibilidade de vê-lo de perto, talvez de estreitar sua mão. Me preocupava sua saúde; por ele, como querido amigo, e por Nossa América, pela qual tanto tem feito. E além disso porque Chávez é, como diz o verso de Bertolt Brecht, um dos “imprescindíveis”; esses que como Fidel, luta todos os dias, 24 horas por dia, sem trégua e sem pausa.

A ocasião foi a comemoração do dia 5 de julho do 201º aniversário da declaração de independência da Venezuela, que teve como cenário a Assembleia Nacional (Congresso Nacional). Tudo começou com a entrada do presidente ao recinto, quando já se pode vê-lo em boa forma, animado e com ótima fisionomia. Logo após saudar vários dos ali presentes, com a efusão de sempre, tomou seu lugar na mesa...

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 Até ali chegou Chávez num carro aberto (já está falando do desfile cívico-militar-popular), ante o delírio da multidão nas amplas acomodações do Passeio dos Próceres. Esbanjava energia a cada passo, saudando todo mundo, interessando-se pela filhinha de uma autoridade que estava no palanque presidencial, saudando com desbordante simpatia ao seu redor e fazendo piadas com alguns conhecidos. A este que escreve o parou com uma inesperada saudação (prova de que seu agudo sentido de humor, sintoma de vitalidade, continuava intacto), chamando-lhe  “general Atilio Boron!” e fazendo uma aparatosa reverência. Rindo muito com suas brincadeiras fez o mesmo com Ignacio Ramonet (diretor do Le Monde Diplomatique em espanhol), que estava ao meu lado, e a quem dispensou o tratamento de “mariscal (marechal), porque como você é francês lá a patente máxima é mariscal”. E a Piedad Córdoba (ex-senadora colombiana, ativista pelos direitos humanos) disse que o beijo que lhe havia dado horas antes na Assembleia Nacional o obrigava a não lavar o rosto por muitos dias;  e ao ex-guerrilheiro colombiano Antonio Navarro Wolf o surpreendeu recordando risonhamente que numa época seus superiores o obrigavam a perseguir guerrilheiros e agora os tinha como convidados de honra de seu governo.

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Para resumir: Chávez está com aparência muito boa, muito melhor do que minhas mais otimistas expectativas. Está com vitalidade, vibrante e brilhante…

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(O artigo é bem maior e politicamente denso. Fala do conteúdo da ata lavrada em 5 de julho de 1811 (declaração da independência) e dos discursos de Chávez e do chanceler venezuelano Nicolás Maduro. E também do significado do desfile.Traduzi apenas pequenas partes que se referem à impressão sobre a saúde do presidente. Vale a pena ler todo o texto. Quem quiser, em espanhol, clique aqui).

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