Bolívar: imagem digitalizada a partir da reconstrução facial do seu crânio (Foto: Prensa Web RNV) |
De
Caracas (Venezuela) - O presidente Hugo Chávez apresentou aos
venezuelanos ontem, terça-feira, dia 24, o rosto do Libertador Simón Bolívar –
a imagem digitalizada a partir da reconstrução facial do seu crânio, um
trabalho feito por especialistas desde a exumação de seus restos mortais em
2010. A investigação científica inclui estudos feitos inclusive na Inglaterra para
se determinar a causa da morte, aos 47 anos (1783-1830). Sobre isso, porém, não
se chegou a uma conclusão. Há conclusões parciais, como o anúncio de que a
morte não foi causada por tuberculose, por exemplo, a causa mais difundida na
literatura histórica. Perduram suspeitas de que o Pai da Pátria, como é
considerado oficialmente na Venezuela, tenha sido vítima de envenenamento.
Em solenidade de cerca de duas horas, no Palácio
Miraflores - com transmissão ao vivo em cadeia nacional de rádio e TV e telões
e concentrações nas praças Simón Bolívar e O Venezuelano, no centro histórico
da capital, nas proximidades da casa onde viveu Bolívar – foi exibido o rosto,
agora tornado oficial, do Libertador: é parecido com as imagens mais conhecidas
de seus retratos, mas com traços mestiços bem acentuados.
Chávez no telão da Praça Simón Bolívar apresentando a nova foto do Libertador (Demais fotos: Jadson Oliveira) |
Dois grandes cartazes foram estentidos na fachada do Teatro Principal |
Ontem foi feriado na Venezuela: o 229º. aniversário de
nascimento de Bolívar, oficialmente nascido em Caracas. Há a versão de que ele
tenha nascido num povoado nas proximidades da capital. Chávez aproveitou para
falar de inúmeros detalhes sobre a vida pessoal, política e militar do homem
que liderou na América do Sul, no início do século 19, a guerra pela
independência contra o império espanhol: libertou a Colômbia, Equador, Peru e
Venezuela, fundou a Bolívia e criou a chamada Grande Colômbia (incluía o
Panamá), depois retalhada nos diversos países por conta dos interesses das
oligarquias locais. Em 1813 recebeu o título de Libertador.
Muita emoção podia-se notar nos olhos marejados de
lágrimas das centenas de pessoas que se aglomeraram num dos cantos da Praça
Bolívar, em frente ao Teatro Principal, em cuja fachada foram estendidos dois
enormes cartazes com o rosto mestiço do Pai da Pátria. Junto foi instalado o
telão, por onde as pessoas acompanharam toda a solenidade e aplaudiram seu
presidente, o qual, ao discursar, leu trechos de cartas de Bolívar, recitou
poemas e até apareceu cantando e “sambando” com músicos que se apresentaram
perto do Miraflores.
Monumento a Bolívar com as coroas de flores |
E por volta das 2 horas da tarde (umas 15:30 horas aí
pelo Brasil), depois de encerrada a solenidade oficial e a cadeia de rádio e TV,
grupos musicais comandaram a festa: os caraquenhos, em tais oportunidades, tanto
fazem política como cantam e dançam (ou “bailam”, como eles dizem).
Quem parece não ter gostado dos eventos de 24 de julho,
data do nascimento de Bolívar, foi Henrique Capriles, governador licenciado do
estado de Miranda, que disputa com Chávez as eleições presidenciais de 7 de
outubro. De acordo com matéria da estatal Agência Venezuelana de Notícias (AVN),
o candidato da oposição teria se referido às comemorações com o seguinte
comentário: “O governo celebra tantos disparates. Não percamos tempo com circos".
Segue seleção de fotos:
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