O que pode unificar
distintas matizes da "nova" e da "velha" esquerda - contra
as políticas de decomposição das funções públicas do Estado - é o exercício,
pelo Estado, de políticas antagônicas às ditadas pelas agências privadas, que
hoje orientam políticas e são responsáveis pela crise. O neoliberalismo teve a
hegemonia abalada, mas não sucumbiu. Se os partidos de esquerda não reduzirem
as taxas de pragmatismo e não se unificarem numa agenda avançada, o que
obtivemos até aqui pode ser perdido.
Por Tarso Genro (foto) – do PT, governador do Rio Grande do Sul (Reproduzido
do portal Carta Maior, postagem de
23/02/2012)
Conceber a obtenção de conquistas reais dentro do regime
capitalista da selvageria financeira, implica considerar que o capitalismo –
ele próprio – pode ser mais democrático, política e economicamente. Isso supõe
aceitar que ele também pode sair da "enrascada" em que se encontra -
sem que haja uma revolução - ainda mais forte, mais agressivo e ainda mais
autoritário do que no presente. E que, via de consequência, essa saída pode e
deve ser disputada, mesmo que não haja uma ruptura, pois dela podem resultar
coisas piores, ou melhores para a humanidade. Nesta última hipótese, para
perspectivas de menos guerras, menos injustiças e desigualdades, com a criação
de um ambiente mundial política e culturalmente mais favorável aos ideais
democráticos do socialismo: ou seja, criar condições fora da antítese do
"quanto pior, melhor", pois a vida tem demonstrado que "quanto
pior, pior".
Para que se concorde com esta análise sumária é preciso ter em consideração que a sua base histórica é a seguinte: parte-se do pressuposto que a disputa, hoje, é entre saídas neoliberais para crise, de um lado, e saídas neo-sociais-democratas, de outro. Não, infelizmente, entre saídas capitalistas e saídas socialistas "strictu sensu". Esta última possibilidade, saída socialista, implicaria em conceber que estaríamos "novamente" à beira da crise geral do sistema, tanto do seu poder político, como militar. Como isso não é possível supor, é razoável entender que a disputa, na verdade, é sobre qual vai ser a próxima correlação de forças no período subsequente à crise, bem como as influências que ela deixará sobre as democracias políticas do ocidente.
O presente artigo, não tem o propósito de apresentar uma agenda “unitária” para a esquerda mundial, mas visa chamar atenção para a necessidade de construí-la, a partir das forças políticas de “dentro” de cada país. (...)
Para que se concorde com esta análise sumária é preciso ter em consideração que a sua base histórica é a seguinte: parte-se do pressuposto que a disputa, hoje, é entre saídas neoliberais para crise, de um lado, e saídas neo-sociais-democratas, de outro. Não, infelizmente, entre saídas capitalistas e saídas socialistas "strictu sensu". Esta última possibilidade, saída socialista, implicaria em conceber que estaríamos "novamente" à beira da crise geral do sistema, tanto do seu poder político, como militar. Como isso não é possível supor, é razoável entender que a disputa, na verdade, é sobre qual vai ser a próxima correlação de forças no período subsequente à crise, bem como as influências que ela deixará sobre as democracias políticas do ocidente.
O presente artigo, não tem o propósito de apresentar uma agenda “unitária” para a esquerda mundial, mas visa chamar atenção para a necessidade de construí-la, a partir das forças políticas de “dentro” de cada país. (...)
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(Este artigo provocou um
debate aberto pelo semanário uruguaio Brecha
entre lideranças políticas do país, conforme vem sendo publicado em Carta Maior. Este blog vai reproduzir
tal debate).
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