O esculachado foi Dulene Aleixo Garcez dos Reis, ex-capitão da Infantaria do Exército e co-responsável pela morte do jornalista Mário Alves
Movimentos realizam esculacho em frente à casa de torturador, no Rio de Janeiro (Foto: Levante Popular da Juventude) |
Por
José Francisco Neto (Reproduzido do
sítio do jornal Brasil de Fato, de
19/06/2012)
A marcha saiu às 9h da manhã da Urca, zona sul do Rio de Janeiro, e seguiu até a casa do torturador, na rua Lauro Miller, 96, região do Botafogo (RJ).
O esculacho foi organizado desde maio pelo Levante Popular da Juventude junto com a Articulação Nacional pela Memória, Verdade e Justiça, movimentos estudantis e a Via Campesina.
“Nós estamos articulando junto com os movimentos que já tocavam essa luta, familiares dos mortos durante o regime militar e ex-presos políticos. Estamos tentando avançar nessa articulação com outros movimentos”, ressalta Carolina Dias, do Levante Popular da Juventude.
A
ação conhecida como esculacho visa denunciar ex-agentes que participaram,
direta ou indiretamente, da ditadura militar brasileira e demonstrar que eles
continuam levando suas vidas normalmente, sem que tenham passado por algum
processo de julgamento sobre seus atos.
HistóricoDulene Aleixo Garcez dos Reis foi capitão da Infantaria do Exército em 1970 e, no ano seguinte, serviu no Batalhão de Infantaria Blindada de Barra Mansa. No dia 17 de janeiro do mesmo ano, participou da tortura do jornalista e secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, Mario Alves.
Alves foi morto dentro do 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, onde funcionava o DOI-CODI. Segundo a revista Carta Capital de março de 2008, Mário Alves foi submetido a uma sessão de torturas que terminou com sua morte. O jornalista foi torturado por um cassetete de madeira com estrias de ferro, o que causou hemorragia interna, perfuração dos intestinos e morte.
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