(Foto: Leonardo Sakamoto) |
Cerca de 100 pessoas realizaram uma manifestação na frente da casa do médico legista e ex-diretor do Instituto Médico Legal, Harry Shibata, na tarde deste sábado (7), na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo.
Ele é acusado de ser responsável por falsos atestados de óbito usados para acobertar assassinatos de opositores pela ditadura militar, ignorando marcas deixadas por sessões de tortura e produzindo laudos de acordo com as necessidades dos militares. Na manhã deste sábado, os bairros de Pinheiros e da Vila Madalena já haviam amanhecido com centenas de cartazes acusando Shibata, colados por manifestantes durante a madrugada.
Sob o lema “Se não há justiça, há esculacho popular”, uma coroa de flores foi colocada no portão de sua casa ao lado de fotos de mortos durante o regime cujos laudos necroscópicos teriam sido alterados por ele. Os manifestantes, que marcharam em passeata da esquina das ruas Fradique Coutinho e Inácio Pereira da Rocha até a casa de Shibata a cinco quadras de distância, encerrariam o ato com discursos em uma praça ao lado.
O grupo, que afirma não estar ligado a nenhum sindicato, partido político ou entidade, diz que é formado por pessoas preocupadas com o direito à verdade e à justiça em relação aos crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura militar. Eles exigem que Shibata seja “intimado para depor na Comissão da Verdade”, de acordo com um panfleto distribuído no ato.
A Comissão foi criada para esclarecer quem foram os responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos na ditadura, mas sem poder de punição. O Palácio do Planalto tem sofrido críticas por conta da demora em sua instalação.
Os manifestantes lembraram também que o médico está sendo processado pelo Ministério Público Federal, junto com outras autoridades da época, pelo crime de ocultação de cadáver. “A tortura e os assassinatos praticados durante a ditadura militar permanecem como prática institucional do Estado. E a impunidade dos crimes praticados pelo Estado no passado funciona como uma “carta branca” para que as forças policiais e as Forças Armadas o façam hoje”, diz o panfleto.
Médico Harry Shibata, legista da ditadura, é alvo de escracho em SP
(Fotos: Leonardo Sakamoto) |
Está acontecendo agora (sábado, dia 7) na Vila Madalena, São Paulo (SP) um escracho contra Harry Shibata, médico-legista da Ditadura Militar. Os manifestantes se encontraram às 14h na esquina das ruas Inácio Pereira da Rocha e Fradique Coutinho e caminham em direção à casa de Shibata, na rua Zapara, 81.
Durante a noite, um grupo espalhou mais de 800 cartazes em postes, lixeiras, pontos de ônibus e muros da Vila Madalena, Pinheiros e Alto de Pinheiros, denunciando a atuação de Shibata durante o regime.
Segundo os manifestantes e documentos oficiais, Shibata, assinou inúmeros laudos necroscópicos atestando falsamente a causa da morte de vítimas da ditadura militar. Os cartazes denunciam alguns desses casos e expõe o endereço do legista.
Nos laudos falsificados, Shibata escondia a verdadeira causa do assassinato das vítimas, sob tortura, alegando que tinham sido mortas em tiroteios, atropelamentos ou cometido suicídio. Entre os laudos forjados por ele com a versão de suicídio por enforcamento está o do jornalista Vladimir Herzog.
O médico assinou ainda o laudo de Sonia Maria de Moraes Angel Jones, que depois de torturada, teve seus seios arrancados e foi estuprada com um cassetete. A versão do legista foi de morte em tiroteio. Shibata, que foi diretor do Instituto Médico Legal entre 1976 e 1983, e teve seu registro profissional cassado pelo Conselho Federal de Medicina, instruía os torturadores dos órgãos de repressão da ditadura a não deixar marcas de suas ações nos corpos de torturados. Segundo os manifestantes, hoje tal prática continua sendo utilizada pela polícia, que ensina a não deixar marcas da tortura para o exame de corpo de delito.
Atualmente, Shibata está sendo processado pelo Ministério Público Federal juntamente com outras quatro autoridades da época pelo crime de ocultação de cadáver. O MPF pede que os cinco sejam condenados à perda de suas funções públicas e/ou aposentadoria.
O objetivo dos manifestantes é resgatar a memória dos que lutaram, morreram e desapareceram durante a resistência ao regime; pressionar por uma Comissão da Verdade efetiva; e exigir a punição dos agentes do Estado que praticaram crimes de lesa-humanidade no período, como tortura e ocultação de cadáver.
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