Por Najla Passos (de Carta Maior, de 08/03/12)
Brasília - Nesta quinta (8), Dia Internacional da Mulher, Rosimeire dos Santos (foto), uma negra de 33 anos, analfabeta, desempregada, moradora do quilombo Rio dos Macacos, em Simões Filho, na grande Salvador (BA), tomou coragem para esquecer sua condição de oprimida e assumir a batalha pelos direitos da sua comunidade. Ela veio a Brasília (DF) para participar de um seminário promovido pelo governo federal e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Quando se viu frente às diversas autoridades que participavam da mesa de abertura, não resistiu. Se levantou, interrompeu os discursos dos ministros presentes e denunciou, emocionada, a violência sistemática cometida contra a sua comunidade, há 40 anos, pela Marinha do Brasil.
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“Nós sabemos que a Marinha não é brincadeira. É um braço armado. E nós somos pequenininhas. Mas, hoje, fomos ouvidas pelos ministros. Será que um juiz pode mais do que a presidenta da República?”, questiona Olinda (dos Santos, que acompanhava Rosimeire). Para ela, este é o momento da comunidade reagir e acabar com a opressão do quilombo. “De tanto sofrimento, não temos mais medo de nada. Sabemos que, se a gente morrer, outros irão nos substituir na luta”, afirma. “Quando a Marinha chegou na área, nós já estávamos lá. Temos prova disso. Há documentos. Não é possível que não seja feito Justiça”, completa Rosimeire.
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