EMILIANO: DEMOS UM PASSO IMPORTANTE (Comissão da Verdade e mobilização) - dois vídeos




De Salvador (Bahia) - Emiliano José, deputado federal pelo PT-BA, ex-preso político, e Diva Santana, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, antiga militante pela anistia, destacam nos vídeos acima a importância da aprovação da Comissão Nacional da Verdade, encarregada da investigação dos crimes de lesa humanidade cometidos pela repressão no Brasil no período de 1946 a 1988, o que inclui a última ditadura militar, também chamada civil-militar, de 1964 a 1985.


Perguntado sobre as possibilidades de atuação da comissão diante da falta de mobilização popular, o parlamentar petista, também velho militante pela democracia e pelos direitos humanos, diz que “nas condições do Brasil, creio que demos agora um passo extremamente importante, nos tornando contemporâneos da América Latina e do mundo”. Acrescenta que após o trabalho da comissão, “teremos outros passos a dar”. E Diva Santana, também conforme depoimento acima, declara acreditar que “a conjuntura é favorável à mobilização” e, com a atuação da comissão, vamos avançar na elucidação dos crimes perpetrados pela ditadura.

Os dois vídeos foram gravados no último dia 5, em Salvador, quando da realização da sessão da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça em que foi anistiado o dirigente comunista Carlos Marighella, tema objeto de cobertura deste blog (postagens anteriores).

Manifestantes pedem “prisão para os torturadores”

A avaliação do avanço representado pela Comissão Nacional da Verdade, no entanto, não é consensual entre as diversas forças políticas da esquerda. Prova disso é que durante a sessão de anistia de Marighella, que atraiu cerca de 500 pessoas ao Teatro Vila Velho (Passeio Público, região do centro da capital baiana), houve algumas manifestações de descontentamento face ao que é apontado como limitações das atribuições da comissão, especialmente no que diz respeito às punições aos torturadores.

No momento em que se declarava a anistia a Marighella, alguns dos presentes gritaram da platéia e galerias pedindo “prisão para os torturadores”, a exemplo do que vem acontecendo em países da América Latina, em especial na vizinha Argentina. E o governador baiano Jaques Wagner, ao mencionar no seu discurso a condenação ao regime ditatorial, mas observando que não se deve individualizar os crimes, teve sua fala momentaneamente interrompida pelo grito: “Prisão para os gorilas”.

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