Manifestantes na Avenida Sete de Setembro durante passeata do Campo Grande à Praça Municipal (Fotos: Jadson Oliveira) |
Fernando Romão, por exemplo, que é da Central de Movimentos Populares (CMP) e faz parte da coordenação da luta, diz que há uma espécie de “burocracia” que atrasa a entrega das unidades, embora eles tenham bom trânsito nas negociações através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do estado (Sedur). Lembra inclusive que anteriormente quase 3.000 famílias, que estavam acampadas há mais de cinco anos, oriundas de várias ocupações, já foram contempladas. Daí que uma das bandeiras de luta é a manutenção das cotas na Bahia e uma outra é “pela entrega imediata das mais de 3.000 moradias prontas”.
Parte do pessoal concentrado na Praça Castro Alves, tendo ao fundo a bela paisagem da Baía de Todos os Santos |
Fernando Romão, da CMP, denunciou "burocracia" para entrega das 3.000 casas já prontas |
“Ataques infames da mídia golpista e monopolizada”
Ao discursar, outro coordenador da luta, Idelmário Proença, do Movimento dos Sem-Teto de Salvador (MSTS), bateu duro nos “covardes” e “pessoas desqualificadas”, embora sem citar nomes. (Denúncias desse tipo, mesmo sem comprovação, acabam fazendo coro com o processo de criminalização dos movimentos sociais e populares, tão em moda no Brasil, a partir de “ataques infames da mídia golpista e monopolizada, ou dos partidos e entidades daqueles que querem recolocar o Estado brasileiro a serviço de seus interesses particulares”, como diz o manifesto divulgado em Brasília neste mês por movimentos pela moradia de âmbito nacional, documento que os manifestantes baianos estavam distribuindo juntamente com o manifesto local).
Idelmário Proença, do MSTS, bateu duro nos "covardes" e "pessoas desqualificadas" que atacaram entidades do movimento por moradia |
Concentração na Praça Municipal, defronte do prédio da Câmara dos Vereadores |
Predominava a cor vermelha, tanto nas bandeiras como nas camisetas. Não havia bandeira de centrais sindicais e de partidos políticos, embora se pudesse notar alguns com camiseta da CUT. Alguns líderes esclareceram que não há nada contra os partidos, apenas querem preservar a autonomia do movimento. Esteve presente a deputada estadual Maria Del Carmen, do PT. Um dos oradores na Praça Castro Alves teve um coro entusiástico ao lançar o “Lula-lá” da campanha do ex-presidente, que mereceu ainda pedido de boa recuperação no tratamento do câncer na laringe e voto para que volte à Presidência, “se Deus quiser”.
Além da CMP e do MSTS, participaram a União Nacional por Moradia Popular (UNMP), a Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), o Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), a Associação dos Trabalhadores e Desempregados Sem Teto (ATDST) e a Frente de Luta por Moradia (FLM), dentre outras entidades.
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