FRAGMENTOS DA CRISE DO CAPITALISMO (e outros fragmentos)


Repórter de TV - Aqui estamos ao vivo diretamente da Alemanha, o berço da civilização ocidental.


Cidadão – Perdão, esse título não era da Grécia?


Repórter – Era, mas teve que vendê-lo.


(Esta é da charge diária, primeira página, assinada por Daniel Paz & Rudy, do jornal argentino Página/12, do último dia 5. Só vai entender quem estiver acompanhando a bancarrota da Grécia, país em convulsão devido às políticas de ajuste tão ao gosto do famigerado FMI e pendurado nos bancos alemães. O Página/12 é um excelente diário, de linha progressista, um tipo de publicação que faz tanta falta aqui no Brasil. Quem quiser enfrentar o espanhol é só acessar www.pagina12.com.ar).




Outubro: um novo marcador histórico?


Colapso do neoliberalismo passa a ser decidido nas ruas. Primeira semana de outubro reúne ingredientes que sugerem um ponto de mutação: greve geral na Grécia põe em xeque a solução ortodoxa para a crise; ascensão fulminante dos indignados nos EUA instala a contestação ao neoliberalismo no coração do sistema financeiro internacional e pauta a sucessão de Obama. Passeatas de desempregados na Espanha afrontam a rendição social-democrata aos 'livres mercados'. Radicalização política no Chile desmascara a 'direita moderna da AL' em sua vitrine mais festejada. A maior greve bancária brasileira em duas décadas desmente acomodação sindical e expõe lucros obscenos do poder financeiro. PT fará seminário sobre regulação da mídia.

(De Carta Maior, postagem deste sábado, dia 8).




Michael Moore fala em Wall Street: “Eles são viciados em ganância”


Discurso do cineasta e ativista Michael Moore na ocupação dos "indignados" em Wall Street, Nova Iorque:


“Este é um dia histórico. Este movimento se reuniu porque as pessoas queriam que acontecesse. Não por causa de um líder. Não por causa de uma organização pagando suas mensalidades, mas porque o povo queria. Eu amo o jogral e vou dizer porque. Porque esta não é apenas a minha voz ou a voz dele ou a voz dela. São todas as nossas vozes. Vamos manter o movimento assim. Não deixem que os políticos cooptem este movimento. Cada um de vocês aqui representa 100 mil americanos que não puderam estar aqui hoje, mas estão felizes que vocês estejam aqui. E eles vão estar lá em suas cidades. O movimento de ocupação está em toda a parte. Ocupar! Em toda parte!


Os homens nos altos andares desses prédios – especialmente você, Goldman Sachs – são responsáveis por arruinar as vidas de milhões de pessoas – centenas de milhões de pessoas – nesse planeta. Alguém da imprensa acabou de me perguntar: “Quem organizou isso?”, eu disse, apontando para o alto dos prédios: “Eles organizaram isso!”.


Eles pegaram suas botas e colocaram no pescoço dos americanos e agora os americanos querem que a bota seja retirada. Agora. Não no próximo ano. Agora! Nós já suportamos o bastante. Já chega! A palavra mais suja na América corporativa é “suficiente”. Eles nunca têm o suficiente. Eles não estavam satisfeitos sendo podres de rico. Eles queriam ser algo maior do que podres de rico e é isso que eles conseguiram. Eles podem ter roubado trilhões de dólares, mas nós estamos aqui para dizer que nós queremos esse dinheiro de volta. Quando nós queremos o dinheiro de volta? Quando nós queremos o dinheiro?


Eles extrapolaram. É muito ruim que eles não tenham ficado satisfeitos com todos os bilhões que acumularam. Mas, como viciados, eles tinham que ter mais. Eles estão fora de controle. Eles têm um problema de dependência à ganância e nós estamos aqui para fazer uma intervenção”.


Tradução: Juliana Sada

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