TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO PROTESTAM PELA MORTE DE COLEGAS


(Foto: Arestides Baptista - Agência A Tarde)
(Texto reproduzido do jornal eletrônico Bahia Toda Hora - www.bahiatodahora.com.br -, editado pelos jornalistas José Carlos Teixeira e Lenilde Pacheco, postagem de hoje, dia 10, às 9:21 horas)

Os trabalhadores da construção civil de Salvador fazem um protesto na manhã desta quarta-feira (10), na Avenida Paralela, pela morte dos nove operários que caíram do elevador de uma obra, na Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM).


Os operários fazem manifestação também em diversos canteiros de obras da cidade, onde as atividades foram paralisadas. De acordo com a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), na região do Cabula, próximo à construção dos empreendimentos Privillege e Bela Vista, e na Paralela, próximo ao Le Parc, o trânsito está congestionado. A Transalvador orienta que os motoristas evitem trafegar nesses locais.


As vítimas serão sepultadas ainda hoje. Em Salvador, serão enterrados Antônio Elias da Silva, carpinteiro, e Lourival Ferreira, armador, José Roque dos Santos, pedreiro, no Cemitério Bosque da Paz; e Hélio Sampaio, pedreiro, no Cemitério Campo Santo.


Os outros serão enterrados na cidade onde nasceram, no interior no Estado. Antônio Reis do Carmo, armador, em Nazaré do Jacuípe; Antônio Luis Alves dos Reis, carpinteiro, em Conceição do Jacuípe; Jairo de Almeida Correia, ajudante prático, em Irará; Martinho Fernandes dos Santos, carpinteiro, em Conceição de Feira; e Manuel Bispo Pereira, ajudante prático, em São Miguel das Matas.


Segundo a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), já chega a 53 o número de acidentes de trabalho no setor de construção civil em Salvador, apenas em 2011, com o saldo de 15 mortes.


Aproximadamente 1,5 mil operários participam do protesto, além de representantes da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracom) e Sindicato dos Comerciários.


O Sintracom propôs uma paralisação de 24 horas nesta quarta para que os colegas participem do enterro dos corpos dos operários mortos. Alguns trabalhadores, porém, alegam que estão sendo ameaçados pelos empresários.

Acidente - Nove operários morreram na manhã desta terça-feira (9), com a queda de um elevador na obra do edifício Empresarial Paulo VI, da Construtora Segura, nas proximidades da Avenida Antonio Carlos Magalhães. O edifício tem 33 andares e o equipamento que levava os operários despencou do 28º andar. A obra foi interditada pela Sucom, até que os laudos periciais fiquem prontos.


Um exame preliminar realizado por técnicos da Coordenadoria Regional do Trabalho aponta duas causas possíveis para a queda livre do elevador, também chamado de balança pelos operários. A queda foi de altura equivalente a 80 metros, em cinco segundos.


Ao bater no chão, o elevador estava a uma velocidade de 140 km/h. Segundo o Ministério do Trabalho, a primeira causa foi decorrente do eixo da roldana que movimenta o elevador. A quebra do eixo fez a cabine despencar. Mas o elevador poderia ter parado se o freio automático tivesse funcionado, o que seria a segunda falha mecânica.


"Já fizemos manifestações por melhoria salarial e por demissões, mas hoje nossa paralisação é pela vida. O patronato prefere dinheiro do que investir em segurança para a vida do trabalhador” – declaração do presidente da CTB-Bahia, Adilson Araújo, extraída de A Tarde On Line.

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