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Praça de Maio emendada com a Avenida de Maio, de onde vinham as colunas de militantes das dezenas de entidades dos mais variados matizes políticos da esquerda (Todas as fotos: Jadson Oliveira) |
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Crianças abriam o desfile no bloco da Juventude Gráfica, ligada à Federação Gráfica Bonaerense (da província de Buenos Aires) |
A natureza colaborou: o sol brilhou na quinta-feira, enquanto a véspera e a sexta seguinte foram nubladas e com alguma chuva. Desfilaram dezenas (ou talvez mais de uma centena) de entidades partidárias, de defesa dos Direitos Humanos, de movimentos sociais, de bairros, de trabalhadores, estudantis e comunitárias, identificadas nos variados cartazes, bandeiras, faixas, gritos-de-guerra e camisetas. É peronismo dos mais variados matizes, uma corrente política (de Juan Domingo Perón) que José Pablo Feinmann, pensador muito respeitado por aqui, chama de “uma obstinação argentina”.
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Uma das muitas organizações peronistas presentes (26 de julho foi a data da morte de Eva Perón, em 1952) |
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Milhares de jovens de La Cámpora estão sempre nas ruas exaltando a memória de Néstor Kirchner e gritando slogans pró reeleição de Cristina |
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A UES (União dos Estudantes Secundaristas) reclamou seus desaparecidos/assassinados |
Estavam lá também, sempre em posição de vanguarda, as Abuelas e Madres (avós e mães – Madres da Linha Fundadora) da Praça de Maio, que iniciaram sua heróica militância desde 1977, no segundo ano da ditadura (muitas já morreram, claro), e são hoje referência mundial quando se fala de Direitos Humanos. Continuam nas suas denúncias sobre os desaparecidos/assassinados e na luta pelo castigo aos culpados – os últimos números divulgados indicam que atualmente existem 169 condenados e 856 sendo julgados. E apoiam também o projeto político dos Kirchner.
(Digo “Madres da Linha Fundadora” para diferenciar da Associação das Madres da Praça de Maio, que há quatro anos passou a atuar numa linha distinta e tem grande visibilidade pública, mesmo porque ampliou muito seu raio de ação. As “madres” da associação, que também estão com Cristina, fizeram uma comemoração do Dia da Memória à parte, com o chamado “que o sangue de nossos filhos se converta em escolas, hospitais, casas e trabalho para todos”, a qual culminou com uma concentração num bairro popular. Sua presidenta, Hebe de Bonafini, diz, por exemplo: “Nos importa mais que uma criança seja feliz do que meter um milico na cadeia”).
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Frente do grupo que desfilou com a bandeira do Movimento Independente dos Desocupados Organizados - MIDO |
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O Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS) levou uma grande coluna de militantes às ruas |
Apregoam que a repressão continua, falam dos mortos, presos e processados nas lutas populares recentes, dizem que 90% dos repressores da ditadura ainda estão sem punição, que 16 foram absolvidos e cerca de 450 morreram sem castigo e/ou são fugitivos. Para citar dois partidos que parecem ter boa representatividade neste espaço político-ideológico: Partido Operário (para dar um tom brasileiro, aqui é “Partido Obrero” - PO) e Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS).
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Uma das pistas da larguíssima Avenida 9 de Julho, que ficou totalmente (as duas pistas) fechada ao tráfico de carros |
No final da tarde e início da noite todos passaram, em fluxos sucessivos (não haveria espaço para tanta gente ao mesmo tempo), pela Praça de Maio, o coração político da capital, onde está o palácio do governo, a Casa Rosada. Praça que varou a madrugada apinhada de gente, especialmente jovens, já que depois das manifestações políticas seguiu-se uma apresentação musical.
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