O filme ganhador do festival mostra o assassinato de seis jornalistas australianos e de milhares de timorenses por tropas da Indonésia (Foto: Reprodução) |
Por que as potências ocidentais iriam se importar com o massacre do povo timorense (e não só dos seis jornalistas)? Timor Leste é a metade da diminuta ilha Timor, na Ásia, atualmente com um milhão de habitantes (grande parte fala português). A outra metade faz parte do território da Indonésia, que manteve sua ocupação até 1999. É uma tragédia recente, entrando no século 21, silenciada e já condenada ao esquecimento. Mesmo porque os meios de comunicação não têm interesse de ficar falando dessas coisas “pequenas”, ainda mais com tantas tragédias mais recentes – Iraque, Afeganistão, Palestina, Líbia...
Integrantes da comissão organizadora e das equipes de jurados no encerramento, logo após a premiação, no Espaço INCAA Km 0 - Gaumont (Foto: Jadson Oliveira) |
E vemos o veterano jornalista australiano Roger East (ator Anthony LaPaglia) tentando desesperadamente encontrar os cinco colegas e conterrâneos (duas equipes de duas emissoras de TV da Austrália). Tinham sido mortos na cidade de Balibó (daí o título), perto da fronteira com a Indonésia, e ele acabou tendo o mesmo destino. Tudo envolto em cenas de extrema violência e realismo.
Festival teve mais de 350 filmes inscritos
Como o nome do festival sugere, nas mais de 350 “películas” inscritas estava grande parte das inquietudes políticas de nosso tempo. Segundo os organizadores, foram tratados nos filmes temas como a luta dos países da América Latina para mudar sua história de colonização e exploração, os desaparecidos políticos e os bebês roubados durante a ditadura (assunto atualíssimo na Argentina), o nazismo, os problemas da migração e imigração, o neoliberalismo, a luta dos povos contra as grandes corporações, a história dos movimentos sociais, os golpes e as democracias e a guerra na Faixa de Gaza.
O Espaço INCAA (na Praça do Congresso) foi um dos três locais onde foram exibidos os filmes (Foto: Jadson Oliveira) |
Pequena participação do Brasil
O entrosamento dos brasileiros e argentinos parece não ser dos melhores na área do cinema. De acordo com informação da comissão organizadora, somente quatro ou cinco filmes do Brasil foram inscritos e apenas um mereceu uma certa atenção (pelo menos foi lembrado e elogiado por um dos organizadores), embora não tenha recebido nenhum prêmio. Trata-se de “Andiroba – Uma luta pela terra”, cujo diretor é Jérôme Perret, um suíço que já viveu no Brasil e atualmente vive em Buenos Aires, conforme pesquisa na Internet. É uma produção brasileira/suíça. Conta a luta de moradores do Baixo Parnaíba, no Maranhão, em defesa do meio ambiente e contra a monocultura de eucalipto, com a participação do ex-padre Vale (José Vale dos Santos).
Comentários