De São Paulo (SP) – “É necessário ir além da Democracia Representativa e ampliar cada vez mais os sujeitos políticos capazes de tomar em suas mãos o processo de construir a sociedade e o Estado. Tudo isso introduz um novo adjetivo ao conceito de Democracia: a Democracia Participativa, como um necessário complemento à Democracia Representativa. É direito das pessoas mais interessadas nas ações do Estado poder decidir sobre elas. Tais pessoas, para além do voto, assumem-se como sujeitos e agentes políticos quando, nos movimentos ou estruturas constituídas legalmente, têm vez e voz determinantes nos encaminhamentos do Estado”. (Parágrafo de um artigo de Dom Dimas Lara Barbosa, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, publicado na revista Carta Capital).
A partir de temporadas que passei na Venezuela e Bolívia, tentando acompanhar a política e os movimentos sociais, venho repetindo aqui no meu blog sobre a caduquice da democracia brasileira (o correto seria colocar aspas nesta democracia) e a necessidade de avançarmos para um sistema tipo participativo (usa-se também a expressão democracia direta, que vem a dar no mesmo). Claro que tal avanço só se dará no bojo de uma mobilização popular, coisa que soa até estranha na realidade política brasileira. Assim como vemos, por exemplo, nos dois países citados acima e Equador, para nos atermos à nossa América do Sul.
É alentador ver um dirigente da CNBB assumir tal posição. Aliás, há alguns anos vejo os padres levantando tal bandeira nos desfiles do Grito dos Excluídos do 7 de setembro. Vale uma leitura de todo o artigo (encontrável facilmente na Internet). Transcrevo mais um trecho, que tem a ver com os monopólios dos meios de comunicação no Brasil, um gargalo terrível a emperrar os avanços democráticos e populares:
“Em todo esse processo, a informação cumpre um papel de relevância ímpar. Ela está entre os principais instrumentos de participação democrática e é um direito de cidadania; por isso, deve ser assegurada a todos e por todos os meios possíveis. A informação é o caminho que nos haverá de levar à cidadania plena e à democracia verdadeiramente participativa que sonhamos para o nosso País”.
Defendendo a verdadeira participação
Acaba de sair o livro Atualidade histórica da ofensiva socialista, autoria de István Mészáros. Vi o anúncio na Agência Carta Maior, que, sob o título Mészáros defende alternativa ao sistema parlamentar, faz a apresentação com a seguinte chamada:
“Novo livro do marxista húngaro propõe um enfrentamento aos problemas de nossa política democrática como forma de responder à indagação: o que continua irremediavelmente errado no que se refere às genuínas expectativas socialistas? Mészáros aponta para a necessidade de uma crítica profunda da concepção que vê na disputa dentro do sistema parlamentar um cenário de construção de transformações sociais. Para ele, a alternativa necessária a esse sistema estaria ligada à ‘questão da verdadeira participação’”.
Creio que os dois temas estão interligados: pelo menos de acordo com as experiências atuais na América Latina, a busca de algum tipo de socialismo – tudo indica que trilhando caminhos não tão ortodoxos – passa pela construção da democracia participativa.
A partir de temporadas que passei na Venezuela e Bolívia, tentando acompanhar a política e os movimentos sociais, venho repetindo aqui no meu blog sobre a caduquice da democracia brasileira (o correto seria colocar aspas nesta democracia) e a necessidade de avançarmos para um sistema tipo participativo (usa-se também a expressão democracia direta, que vem a dar no mesmo). Claro que tal avanço só se dará no bojo de uma mobilização popular, coisa que soa até estranha na realidade política brasileira. Assim como vemos, por exemplo, nos dois países citados acima e Equador, para nos atermos à nossa América do Sul.
É alentador ver um dirigente da CNBB assumir tal posição. Aliás, há alguns anos vejo os padres levantando tal bandeira nos desfiles do Grito dos Excluídos do 7 de setembro. Vale uma leitura de todo o artigo (encontrável facilmente na Internet). Transcrevo mais um trecho, que tem a ver com os monopólios dos meios de comunicação no Brasil, um gargalo terrível a emperrar os avanços democráticos e populares:
“Em todo esse processo, a informação cumpre um papel de relevância ímpar. Ela está entre os principais instrumentos de participação democrática e é um direito de cidadania; por isso, deve ser assegurada a todos e por todos os meios possíveis. A informação é o caminho que nos haverá de levar à cidadania plena e à democracia verdadeiramente participativa que sonhamos para o nosso País”.
Defendendo a verdadeira participação
Acaba de sair o livro Atualidade histórica da ofensiva socialista, autoria de István Mészáros. Vi o anúncio na Agência Carta Maior, que, sob o título Mészáros defende alternativa ao sistema parlamentar, faz a apresentação com a seguinte chamada:
“Novo livro do marxista húngaro propõe um enfrentamento aos problemas de nossa política democrática como forma de responder à indagação: o que continua irremediavelmente errado no que se refere às genuínas expectativas socialistas? Mészáros aponta para a necessidade de uma crítica profunda da concepção que vê na disputa dentro do sistema parlamentar um cenário de construção de transformações sociais. Para ele, a alternativa necessária a esse sistema estaria ligada à ‘questão da verdadeira participação’”.
Creio que os dois temas estão interligados: pelo menos de acordo com as experiências atuais na América Latina, a busca de algum tipo de socialismo – tudo indica que trilhando caminhos não tão ortodoxos – passa pela construção da democracia participativa.
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