MANIFESTAÇÃO PELA SOBERANIA DO HAITI

De São Paulo (SP) – Publico acima umas fotos da manifestação feita na quarta-feira, dia 28, na Avenida Paulista, nas proximidades do edifício onde está o Consulado do Haiti, em defesa da soberania dos haitianos e pela retirada das tropas brasileiras (e outras estrangeiras, especialmente dos Estados Unidos), apontadas como ocupantes do país caribenho, conforme nota postada aqui no blog no último dia 22: Protesto contra ocupação do Haiti.


Os manifestantes são militantes e simpatizantes – em torno de 100 pessoas - da Central Sindical e Popular – Conlutas e do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), uma das poucas forças de esquerda que fazem oposição ao governo Lula, o que certamente dificulta sua capacidade de mobilização. Eles gritavam: “Fora já, fora já daqui, a polícia do morro e as tropas do Haiti”.

Além do candidato a presidente da República pelo PSTU, Zé Maria, falaram durante o protesto representantes da CSP/Conlutas, da Liga Estratégia Revolucionária, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre, que faz oposição à tradicional UNE – União Nacional dos Estudantes).

(Na postagem referida acima – Protesto contra ocupação do Haiti -, há um instigante comentário do meu amigo Jonas, de Curitiba, com o qual (o comentário), de modo geral, discordo. Mas gostei da estocada que ele dá contra nós, os chamados esquerdistas. Jonas defende a necessidade da ocupação militar e arremata: “...é como se o imperialismo fosse um demônio e os esquerdistas os profetas da salvação”).

Comentários

Bom meu grande amigo jadson, fico feliz por ver que discorda de mim. Na verdade já esperava essa atitude de voce. Uma pessoa que sabe que as coisas nao sao tao simples como eu tentei simplificar. Já discutimos sobre isso quando voce esteve aqui em Curitiba.
Tambem defendo as posições esquerdista e estou colaborando com o Dyener na JC (juventude comunista de curitiba) e esse comentario foi como que uma autocritica, já que muitas vezes criticamos ou nao criticamos por nao conhecermos direito a verdade dos acontecimentos. não temos acesso a nticia em si, apenas aos comentarios sobre elas.
Quero esclarecer que entendo o sentido pelo qual voce critica o imperialismo, de modo especial o dos EUA, e fico contente por serem criticas de alguem que conhece o assunto e, deste modo, nao se trata apenas de mera opinião.
Apenas não vejo no momento a possibilidade do Haiti se reorganizar politicamente sem ajuda de outras nações. Já tentaram isso no passado (nao creio que o passado tenha necessariamente que se repetir. não duvido que isso possa ser diferente) e sabemos que nao deu certo. De fato, apesar de eu dizer que defendo a ocupação militar, precisariamos de mais tempo para discutir que tipo de ocupação seria essa, ja que realmente os governos norte americano tem o custume de inventar desculpas para manter a dominação sobre outros países.
(ja havia lido que: "A economia caótica e a instabilidade institucional levaram os EUA a intervir no país a fim de cobrar a dívida externa. Em 1905, passaram a controlar as alfândegas e, em 1915, invadiram militarmente a ilha e assumiram o governo. A intervenção reorganizou as finanças e impulsionou o desenvolvimento da nação. Os americanos impuseram uma nova constituição e se comprometeram a respeitar a soberania do país. Seguiram-se sucessivos governos da elite mulata. A presença das tropas americanas impediam a anarquia e a guerra civil, porém não puderam conter a fragilidade dos governos nem a constante oposição dos nacionalistas, que não desejavam a continuidade das tropas estrangeiras. Em 1934, os EUA retiraram suas tropas e, em 1941, abdicaram do controle alfandegário".http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Haiti ) ... essa é a história que nos contam, (esse site nao é o mais confiavel, mas é o mais sintético) notamos como a coisa é mais complexa!
Estou tambem acompanhando as noticias sobre a Venezuela e vejo como é importante denunciar esse imperialismo!
Jadson disse…
Amigo e companheiro Jonas, fico muito feliz tendo vc por aqui criticando, polemizando, buscando entender as coisas, é isso mesmo, "as coisas estão no mundo, só que é preciso entender", como disse um poeta por aí, não foi? É duro a gente se orientar nessa barafunda de versões e contra-versões. Todos são tentados a posar de muito entendidos nos mais diversos temas, e nós, chamados esquerdistas, somos realmente metidos a "profetas da salvação", como vc muito bem ironizou.
Posso estar errado, porém, pra mim, o imperialismo é sempre o demônio, em todos os tempos: o romano, o português, o espanhol, o britânico e o estadunidense, para citar os nossos mais conhecidos aqui do Ocidente e/ou América Latina.
Tenho certeza absoluta: as tropas dos Estados Unidos não entram em colônia alguma (ou neocolônia) para "organizar finanças" ou "promover o desenvolvimento", a não ser que tais providências sejam os jargões que os "especialistas" ou escribas de aluguel usam para mascarar a defesa dos interesses e dos lucros das multinacionais, do capital financeiro, ou seja, dos que se julgam donos do mundo. As tropas entram para manter ou restabelecer a dominação, a exploração das riquezas do país ocupado.
Não só no Haiti, onde a coisa é feita hoje abertamente.
Também em países como o Brasil, por exemplo, onde a espoliação é feita de forma mais "moderna", mais aceitável, mais mascarada, com vaselina. A exploração tem guarida através da mente colonizada do nosso povo, inclusive com a chamada democracia e tudo mais.
Pra mim, é assim, e vai continuar assim até que o povo acredite em sua própria força, como vem ocorrendo em países como Venezuela e Bolívia, para citar dois onde tive oportunidade de passar uma temporada.
Mas, claro, posso estar errado.