De Curitiba (PR) - A Caros Amigos é a minha revista predileta. Durante sua leitura mensal, fico sempre matutando, será que meus amigos leram isto, será que compraram a Caros Amigos deste mês? Bem, resolvi botar alguma coisa no meu blog do número de março. Quem não comprou está perdendo muita coisa interessante.
1 – Vão aí pequenos trechos do artigo Sociologia do Vale de Lágrimas, de Gilberto Felisberto Vasconcellos. Ele assina como sociólogo, jornalista e escritor. Geralmente não curto muito seus artigos, acho um cara meio doidão, ou melhor, não entendo bem a maioria de suas opiniões e argumentos. É defensor do nacionalismo de Getúlio, Jango, Brizola e Darcy Ribeiro e normalmente mete o pau no PT.
Transcrevo algumas afirmações de Gilberto Vasconcellos que transmitem, segundo sua interpretação, posições expostas no livro póstumo de Álvaro Vieira Pinto, Sociologia dos Países Subdesenvolvidos, editado por César Benjamin, intelectual e ativista de esquerda. São instigantes:
GENEROSO CORAÇÃO DOS RICOS - “Eis alguns tópicos - diz Vasconcellos - sobre o hegemônico Vale de Lágrimas, ou de como o banco pode ganhar as eleições com a caridade para os pobres. A chamada política do possível consiste em pedir ajuda aos países ricos. Os dominados devem se convencer de sua fraqueza, na expectativa de que não lhes falte o bom e generoso coração dos ricos”.
Mais adiante: “Purificar a classe dominante e submeter culturalmente os pobres com programas de tevê e jogos de futebol. Afinal, o homem não passa de um animal corinthiano. Tudo deve ser equacionado pelo critério da ética, em que sobressai a bondade dos ricos”.
“A única ciência que decide a verdade é a do mercado, o marketing. Há que rezar para o desenvolvido desenvolver o subdesenvolvido com o dinheiro filantrópico. O capital estrangeiro é amistoso”. E mais à frente: “A vantagem de ser pobre é poder receber caridade”.
2 – O PATRIARCA E SUA VELHA MÃE - Joel Rufino dos Santos, historiador e escritor, em sua coluna Amigos de Papel, faz referência no artigo Marihuana contra Göering a passagens inesquecíveis da ficção latino-americana. Uma das que ele lembra de O Outono do Patriarca, de Gabriel García Marques:
“...no banquete de gala em que se comemora o desembarque de fuzileiros navais ianques em defesa da ordem nacional, quando Bendición (a camponesa Bendición Alvarado, a velha mãe do Patriarca) vê o Patriarca em traje de gala, medalhas de ouro, luvas de cetim, não contém o orgulho e exclama ante o corpo diplomático: ‘Se eu tivesse sabido que meu filho ia ser presidente da república eu o teria mandado à escola, senhor’”.
1 – Vão aí pequenos trechos do artigo Sociologia do Vale de Lágrimas, de Gilberto Felisberto Vasconcellos. Ele assina como sociólogo, jornalista e escritor. Geralmente não curto muito seus artigos, acho um cara meio doidão, ou melhor, não entendo bem a maioria de suas opiniões e argumentos. É defensor do nacionalismo de Getúlio, Jango, Brizola e Darcy Ribeiro e normalmente mete o pau no PT.
Transcrevo algumas afirmações de Gilberto Vasconcellos que transmitem, segundo sua interpretação, posições expostas no livro póstumo de Álvaro Vieira Pinto, Sociologia dos Países Subdesenvolvidos, editado por César Benjamin, intelectual e ativista de esquerda. São instigantes:
GENEROSO CORAÇÃO DOS RICOS - “Eis alguns tópicos - diz Vasconcellos - sobre o hegemônico Vale de Lágrimas, ou de como o banco pode ganhar as eleições com a caridade para os pobres. A chamada política do possível consiste em pedir ajuda aos países ricos. Os dominados devem se convencer de sua fraqueza, na expectativa de que não lhes falte o bom e generoso coração dos ricos”.
Mais adiante: “Purificar a classe dominante e submeter culturalmente os pobres com programas de tevê e jogos de futebol. Afinal, o homem não passa de um animal corinthiano. Tudo deve ser equacionado pelo critério da ética, em que sobressai a bondade dos ricos”.
“A única ciência que decide a verdade é a do mercado, o marketing. Há que rezar para o desenvolvido desenvolver o subdesenvolvido com o dinheiro filantrópico. O capital estrangeiro é amistoso”. E mais à frente: “A vantagem de ser pobre é poder receber caridade”.
2 – O PATRIARCA E SUA VELHA MÃE - Joel Rufino dos Santos, historiador e escritor, em sua coluna Amigos de Papel, faz referência no artigo Marihuana contra Göering a passagens inesquecíveis da ficção latino-americana. Uma das que ele lembra de O Outono do Patriarca, de Gabriel García Marques:
“...no banquete de gala em que se comemora o desembarque de fuzileiros navais ianques em defesa da ordem nacional, quando Bendición (a camponesa Bendición Alvarado, a velha mãe do Patriarca) vê o Patriarca em traje de gala, medalhas de ouro, luvas de cetim, não contém o orgulho e exclama ante o corpo diplomático: ‘Se eu tivesse sabido que meu filho ia ser presidente da república eu o teria mandado à escola, senhor’”.
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