Na quinta-feira, dia 22, pela manhã (até mais ou menos 13 horas), testemunhei quatro manifestações de rua no centro de Caracas. Trata-se praticamente de uma rotina essa ebulição social, um protagonismo popular que caracteriza a democracia participativa, bem diferente, por exemplo, da democracia representativa existente no Brasil.
Sempre que vou ao miolo da cidade, me deparo com tais movimentações, como se pode ver em outras matérias deste blog. E um aspecto fundamental: não há repressão. Os policiais, em número aparentemente excessivo, estão sempre presentes, mas nada de bater e prender manifestantes.
O protesto mais expressivo dessa manhã foi feito por empregados da prefeitura
O protesto mais expressivo dessa manhã foi feito por empregados da prefeitura
(alcaldía) de Libertador, o principal dos cinco municípios de Caracas. Umas 200 pessoas se juntaram num cruzamento das avenidas Universidad e Barald, com faixas e cartazes, para exigir melhorias salariais, fechando o trânsito em duas vias das mais importantes do centro (aqui se usa a expressão “trancar la calle”, trancar a rua, um tipo de protesto muito comum e que geralmente dá resultado, forçando as autoridades a tomar algum tipo de providência). Os policiais “ajudam” no sentido de organizar o fechamento das ruas, impedindo a passagem dos carros e desviando-os para outras alternativas. As vias foram fechadas a partir de 9 horas e continuavam “trancadas” ainda por volta das 13 horas. Até que hora a rua vai ficar fechada?, perguntei a um dos manifestantes. Até que sejamos atendidos, foi a resposta.
As demais manifestações foram:
As demais manifestações foram:
um grupo de defensores dos animais aglomerado diante da Assembléia Nacional (Congresso), com cartazes, nos quais se podia ler: Associação de Resgate da Fauna, Associação Protetora de Animais da Ilha de Margarita, Fundação Josefina Narvaez, Proteger a fauna silvestre é deixá-la em liberdade, Exigimos Lei de Proteção Animal, agora!, Não à briga de galo, briga de cachorro, não às touradas, etc, etc.;
outra foi uma passeata dos empregados do Metrô, reivindicando também melhorias salariais, através de contrato coletivo;
e na quarta manifestação, em torno das 8 horas da manhã, um grupo, armado com megafone, debatia na área de entrada do Tribunal de Justiça, local que está sempre tomado por filas na parte da manhã (não apurei o tema da discussão).
Sem repressão policial – Especialmente sobre o fechamento das ruas, conversei com o sargento Oscar Chacón, da Polícia Metropolitana (agora, me informou, vinculada ao Ministério do Interior e Justiça, antes era ligada à prefeitura). Quando fui anotar seu nome, ele hesitou um pouco, em seguida concordou: “Não, aqui não há repressão, nada de bater (golpear) com cassetetes (palos), usar balas de borracha, gás lacrimogêneo. Aqui é uma democracia participativa, estamos aqui para proteger as pessoas, todos têm o direito de expressar seus sentimentos. Pertencemos à revolução graças ao nosso presidente Chávez. Nosso lema é Pátria, socialismo ou morte – venceremos”. Fiquei assim duvidando daquele discurso tão certinho, decorado. Perguntei aos três policiais que estavam com o sargento, todos de serviço, com motos, armados, bem tranquilos, fechando a avenida Universidad: “Ustedes están de acuerdo con eso?” Os três disseram que sim.
Uma visita muito especial – Estava comigo e acompanhou o início do trancamento das ruas o casal Paolo Marconi e Luísa Amélia. Passaram por Caracas indo para a Ilha de Margarita, o destino turístico mais famoso na Venezuela. E aproveitaram para visitar o velho amigo sumido da Bahia nos últimos 11 meses, uma visita cheia de amizade e carinho. Um prazer da porra! (ou do carajo, como diriam por aqui). Paolo é antigo companheiro das lides jornalísticas e Luísa nos conhecemos em 1969, quando ambos trabalhávamos no finado Baneb (Banco do Estado da Bahia). Passeamos por aquele centro caótico de Caracas, do qual tanto gosto, e, ao final, tomamos duas cervejinhas geladíssimas e duas doses de ron no San Vicente, meu bar caraquenho predileto. Combinamos um reencontro, em breve, no Confraria (Pituba, Salvador), bar dos queridos Navarrinho e Popóia.
Sem repressão policial – Especialmente sobre o fechamento das ruas, conversei com o sargento Oscar Chacón, da Polícia Metropolitana (agora, me informou, vinculada ao Ministério do Interior e Justiça, antes era ligada à prefeitura). Quando fui anotar seu nome, ele hesitou um pouco, em seguida concordou: “Não, aqui não há repressão, nada de bater (golpear) com cassetetes (palos), usar balas de borracha, gás lacrimogêneo. Aqui é uma democracia participativa, estamos aqui para proteger as pessoas, todos têm o direito de expressar seus sentimentos. Pertencemos à revolução graças ao nosso presidente Chávez. Nosso lema é Pátria, socialismo ou morte – venceremos”. Fiquei assim duvidando daquele discurso tão certinho, decorado. Perguntei aos três policiais que estavam com o sargento, todos de serviço, com motos, armados, bem tranquilos, fechando a avenida Universidad: “Ustedes están de acuerdo con eso?” Os três disseram que sim.
Uma visita muito especial – Estava comigo e acompanhou o início do trancamento das ruas o casal Paolo Marconi e Luísa Amélia. Passaram por Caracas indo para a Ilha de Margarita, o destino turístico mais famoso na Venezuela. E aproveitaram para visitar o velho amigo sumido da Bahia nos últimos 11 meses, uma visita cheia de amizade e carinho. Um prazer da porra! (ou do carajo, como diriam por aqui). Paolo é antigo companheiro das lides jornalísticas e Luísa nos conhecemos em 1969, quando ambos trabalhávamos no finado Baneb (Banco do Estado da Bahia). Passeamos por aquele centro caótico de Caracas, do qual tanto gosto, e, ao final, tomamos duas cervejinhas geladíssimas e duas doses de ron no San Vicente, meu bar caraquenho predileto. Combinamos um reencontro, em breve, no Confraria (Pituba, Salvador), bar dos queridos Navarrinho e Popóia.
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