No bairro nobre onde ruas levam nomes de capitais de diversos países, o Rio de Janeiro dá nome a importante avenida, e não Brasília.
Falando de Venezuela, tem que falar de...
...arepa. Não há saída. Peço licença ao professor Odilon Braga, pois falar de comida está longe de ser meu ramo. A médica baiana (de Irará) Ana Marta, terminando o curso lá em Havana, me disse “ah! você vai conhecer arepa!” É como se fosse o nosso pão de cada dia. Acompanha quase tudo por aqui, no café da manhã, almoço, jantar, as sopas são sempre com arepa. É feita à base de farinha de milho (harina de maiz). Logo quando cheguei, vi no supermercado uma imensa variedade de massa de milho, tanto amarela, como branca. Pensei, tô feito, vou comer muito cuzcuz (tenho um cuzcuzeiro que me acompanha desde Cuba, me mandaram da Bahia, claro). Era harina de maiz, pré-preparada para a tal da arepa. É uma espécie de torta pequena, de forma circular, esmagada, 10 a 20 centímetros de diâmetro, serve-se também com recheio, soube inclusive que o McDonald adaptou para seu sanduíche. Como sempre, mas confesso que acho com sabor de nada.
Aproveito para falar de outras comidas típicas, tudo na área popular aonde tenho acesso: cachapa, uma panqueca grossa, também à base de milho, com outros ingredientes, a exemplo de queijo e manteiga, muito popular; parrilla, prato corriqueiro do venezuelano, com carne desfiada, aipim, bolinho de milho, salada e não sei mais o quê. Há um prato que chamam criollo (criolo, palavra que está sempre associada às coisas e gentes próprias da terra, em contraposição aos colonizadores), do qual faz parte sempre o feijão preto. Comem muitíssimo também as empanadas, com variados recheios, fritas, geralmente empapadas de gordura. Sopas – de grãos, carne de gado, frango, etc – não faltam nos restaurantes populares.
Santos e “demônios”
Não só de arepa e revolução bolivariana vivem os venezuelanos. No domingo, dia 27, milhares de pessoas acorreram ao estádio de esportes da Universidade Central da Venezuela, em Caracas, para assistir à cerimônia de beatificação da Madre Candelaria de San José. Era uma integrante das Irmãs Carmelitas que foi responsável, segundo reconhecimento do Vaticano, pelo milagre do nascimento de uma menina que, de acordo com diagnóstico médico, não tinha sinais vitais aos seis meses de gravidez. A devoção à santa venezuelana é grande por aqui.
Pode ser uma compensação ao “diablo” Hugo Chávez que vive espantando as Américas, conforme as concepções da Casa Branca. Esta foi cunhada pelo velho líder Fidel Castro: durante uma das primeiras cumbres (reuniões de cúpula) da qual os dois participavam, quando Chávez começou a se destacar, Fidel lhe mandou um bilhete dizendo que a América passava a ter um outro “diablo”, além do cubano. De lá para cá, felizmente para os povos pobres da América Latina, “los diablos” estão se multiplicando. Depois de Fidel e Chávez, vieram Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e Daniel Ortega (Nicarágua). E agora os paraguaios estão parindo mais um, o ex-bispo católico Fernando Lugo.
Uma área classe média (Conhecendo Caracas)
Las Mercedes, em Baruta (um dos cinco municípios de Caracas), não é um local que cheire a povão, como o miolo da cidade, no município Libertador. O bairro (aqui se chama parroquia ou urbanización) fica na zona leste, uma grande área da capital venezuelana bem mais arrumada, limpa, ruas com o asfalto perfeito, edifícios residencias mais luxuosos. Me parece que a única coisa em comum com as zonas mais populares são os engarrafamentos, uma epidemia caraquenha. Las Mercedes tem um comércio bem exuberante, centros comerciais – há uns 10, 20 anos, o point dos amantes do consumo e badalação era o Paseo Las Mercedes, mas foi desbancado pelos modernos centros comerciais Tolón e Tamanaco.
Não faltam bares, restaurantes caros, discotecas, night-clubs e hotéis 5 estrelas. A praça mais charmosa é a Alfredo Sadel, recentemente reformada, com linhas arquitetônicas ousadas, muito utilizada nas atividades culturais. Nas suas vizinhanças temos avenidas importantes, como a Rio de Janeiro, Copérnico e Principal Las Mercedes. Guardando as proporcões, o bairro poderia ser comparado com Pituba, em Salvador, embora Caracas seja uma cidade bem mais cosmopolita que a capital baiana (Não conheço bem São Paulo, e muito menos Rio de Janeiro, para buscar uma comparação mais adequada).
Não faltam bares, restaurantes caros, discotecas, night-clubs e hotéis 5 estrelas. A praça mais charmosa é a Alfredo Sadel, recentemente reformada, com linhas arquitetônicas ousadas, muito utilizada nas atividades culturais. Nas suas vizinhanças temos avenidas importantes, como a Rio de Janeiro, Copérnico e Principal Las Mercedes. Guardando as proporcões, o bairro poderia ser comparado com Pituba, em Salvador, embora Caracas seja uma cidade bem mais cosmopolita que a capital baiana (Não conheço bem São Paulo, e muito menos Rio de Janeiro, para buscar uma comparação mais adequada).
Falando de Venezuela, tem que falar de...
...arepa. Não há saída. Peço licença ao professor Odilon Braga, pois falar de comida está longe de ser meu ramo. A médica baiana (de Irará) Ana Marta, terminando o curso lá em Havana, me disse “ah! você vai conhecer arepa!” É como se fosse o nosso pão de cada dia. Acompanha quase tudo por aqui, no café da manhã, almoço, jantar, as sopas são sempre com arepa. É feita à base de farinha de milho (harina de maiz). Logo quando cheguei, vi no supermercado uma imensa variedade de massa de milho, tanto amarela, como branca. Pensei, tô feito, vou comer muito cuzcuz (tenho um cuzcuzeiro que me acompanha desde Cuba, me mandaram da Bahia, claro). Era harina de maiz, pré-preparada para a tal da arepa. É uma espécie de torta pequena, de forma circular, esmagada, 10 a 20 centímetros de diâmetro, serve-se também com recheio, soube inclusive que o McDonald adaptou para seu sanduíche. Como sempre, mas confesso que acho com sabor de nada.
Aproveito para falar de outras comidas típicas, tudo na área popular aonde tenho acesso: cachapa, uma panqueca grossa, também à base de milho, com outros ingredientes, a exemplo de queijo e manteiga, muito popular; parrilla, prato corriqueiro do venezuelano, com carne desfiada, aipim, bolinho de milho, salada e não sei mais o quê. Há um prato que chamam criollo (criolo, palavra que está sempre associada às coisas e gentes próprias da terra, em contraposição aos colonizadores), do qual faz parte sempre o feijão preto. Comem muitíssimo também as empanadas, com variados recheios, fritas, geralmente empapadas de gordura. Sopas – de grãos, carne de gado, frango, etc – não faltam nos restaurantes populares.
Santos e “demônios”
Não só de arepa e revolução bolivariana vivem os venezuelanos. No domingo, dia 27, milhares de pessoas acorreram ao estádio de esportes da Universidade Central da Venezuela, em Caracas, para assistir à cerimônia de beatificação da Madre Candelaria de San José. Era uma integrante das Irmãs Carmelitas que foi responsável, segundo reconhecimento do Vaticano, pelo milagre do nascimento de uma menina que, de acordo com diagnóstico médico, não tinha sinais vitais aos seis meses de gravidez. A devoção à santa venezuelana é grande por aqui.
Pode ser uma compensação ao “diablo” Hugo Chávez que vive espantando as Américas, conforme as concepções da Casa Branca. Esta foi cunhada pelo velho líder Fidel Castro: durante uma das primeiras cumbres (reuniões de cúpula) da qual os dois participavam, quando Chávez começou a se destacar, Fidel lhe mandou um bilhete dizendo que a América passava a ter um outro “diablo”, além do cubano. De lá para cá, felizmente para os povos pobres da América Latina, “los diablos” estão se multiplicando. Depois de Fidel e Chávez, vieram Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e Daniel Ortega (Nicarágua). E agora os paraguaios estão parindo mais um, o ex-bispo católico Fernando Lugo.
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