Monumento às vítimas de tiros dos golpistas em 11 de abril de 2002
Os venezuelanos estão tendo uma semana super-movimentada para marcar, na memória nacional, o golpe de 11 de abril de 2002 e a retomada do poder pelo presidente Hugo Chávez, dois dias depois, graças à extraordinária mobilização do povo (quase inacreditável, quando pensamos no contexto político brasileiro). Desde segunda-feira, dia 7, até domingo, dia 13, quando haverá uma concentração nas proximidades do palácio presidencial (Miraflores), está em curso uma vasta programação, junto com a do Congresso Mundial da Paz e um encontro de intelectuais de quase 100 países, abrangendo os cinco continentes.
Na sexta, dia 11, seis anos do golpe, foi a vez de uma sessão especial da Assembléia Nacional, em plena Avenida Urdaneta, no ponto chamado Puente Llaguno, próximo de Miraflores, no mesmo local onde foram assassinados manifestantes no processo golpista - o número total de mortos chega a 18 ou 19, varia de acordo com as fontes (falha do repórter) - e onde há hoje um monumento às vítimas. Uma gama variadíssima de organizações populares estava presente com bandeiras, camisetas (a maioria vermelhas), cartazes, de quando em quando aos gritos de “no volverán” (não voltarão), referindo-se às velhas lideranças da chamada “quarta república” (Chávez iniciou a “quinta república”), que tentaram voltar com o golpe.
Democracia participativa - Além de deputados e outras autoridades, participaram representantes de conselhos comunitários, entidades de bairros populares, das chamadas missões (o governo cria e incentiva pelo menos uma dezena delas em diferentes áreas de atividade), de movimentos de mulheres, indígenas, estudantis e os mais diversos grupamentos, a exemplo da Associação Nacional da Força Motorizada (de motos) de Integração Comunitária. Havia um popularíssimo “Che Venezuelano”, bem como homens e mulheres dos meios de comunicação alternativos e comunitários, um setor de grande peso na política de Chávez, apontado como um dos principais responsáveis pela fulminante mobilização do povo pobre para se contrapor ao golpe. Uma mescla de gente que dá uma idéia do que pode ser um tipo de democracia de verdadeira participação popular, rumo ao socialismo.
Falaram durante a sessão - por volta do meio-dia até às 15 horas - pessoas que foram protagonistas nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2002, inclusive uma que foi ferida de bala, sendo o orador central o general (hoje reformado) Jorge Luis Carneiro, que dirigiu o Ministério da Defesa depois do golpe. Na ocasião, ele comandava uma brigada do Exército e teve atuação destacada contra os chefes militares que participaram ou aderiram aos golpistas, inclusive incentivando a multidão a manter o cerco ao Palácio Miraflores. Carneiro relembrou passo a passo os fatos ocorridos naqueles três dias. Ainda na sexta, o povo continuou na Puente Llaguno até perto de meia-noite, com uma vigília cultural. E noe sábado, dia 12, ocorreu um desfile cívico-militar e outros eventos.
Livro de Darcy Ribeiro - Durante a semana houve exposição de fotos sobre o chefe revolucionário mexicano Emiliano Zapata, com a presença de sua filha Ana Maria Zapata Portillo, 93 anos (a Fundação Emiliano Zapata condecorou o presidente venezuelano com medalha só outorgada até hoje ao líder cubano Fidel Castro); outra mostra com desenhos de crianças sobre o 11 de abril, recital de poesias, manifestação cultural para recordar as vítimas, exibição de documentário, feira de livros (entre os lançamentos, o nosso Darcy Ribeiro, com a obra La Universidad Nueva), exposição de fotografias “Quem são os terroristas?”, sobre as atrocidades praticadas na América Latina e no mundo pelo império estadounidense, etc, etc.
No dia 9 de abril, aconteceu também amplo debate, especialmente através de jornais, TV e rádio, em torno dos 60 anos do assassinato do líder popular colombiano Jorge Eliécer Gaitán (em 9 de abril de 1948), fato que transtornou a história do país e cujas repercussões estão vivas até hoje na violenta conjuntura da vizinha Colômbia.
(Quem quiser relembrar os fatos de 11, 12 e 13/4/2002, é só acessar o sítio http://www.telesurtv.net/ - “11 de abril na Venezuela – Resenha de um Golpe de Estado”).
Os venezuelanos estão tendo uma semana super-movimentada para marcar, na memória nacional, o golpe de 11 de abril de 2002 e a retomada do poder pelo presidente Hugo Chávez, dois dias depois, graças à extraordinária mobilização do povo (quase inacreditável, quando pensamos no contexto político brasileiro). Desde segunda-feira, dia 7, até domingo, dia 13, quando haverá uma concentração nas proximidades do palácio presidencial (Miraflores), está em curso uma vasta programação, junto com a do Congresso Mundial da Paz e um encontro de intelectuais de quase 100 países, abrangendo os cinco continentes.
Na sexta, dia 11, seis anos do golpe, foi a vez de uma sessão especial da Assembléia Nacional, em plena Avenida Urdaneta, no ponto chamado Puente Llaguno, próximo de Miraflores, no mesmo local onde foram assassinados manifestantes no processo golpista - o número total de mortos chega a 18 ou 19, varia de acordo com as fontes (falha do repórter) - e onde há hoje um monumento às vítimas. Uma gama variadíssima de organizações populares estava presente com bandeiras, camisetas (a maioria vermelhas), cartazes, de quando em quando aos gritos de “no volverán” (não voltarão), referindo-se às velhas lideranças da chamada “quarta república” (Chávez iniciou a “quinta república”), que tentaram voltar com o golpe.
Democracia participativa - Além de deputados e outras autoridades, participaram representantes de conselhos comunitários, entidades de bairros populares, das chamadas missões (o governo cria e incentiva pelo menos uma dezena delas em diferentes áreas de atividade), de movimentos de mulheres, indígenas, estudantis e os mais diversos grupamentos, a exemplo da Associação Nacional da Força Motorizada (de motos) de Integração Comunitária. Havia um popularíssimo “Che Venezuelano”, bem como homens e mulheres dos meios de comunicação alternativos e comunitários, um setor de grande peso na política de Chávez, apontado como um dos principais responsáveis pela fulminante mobilização do povo pobre para se contrapor ao golpe. Uma mescla de gente que dá uma idéia do que pode ser um tipo de democracia de verdadeira participação popular, rumo ao socialismo.
Falaram durante a sessão - por volta do meio-dia até às 15 horas - pessoas que foram protagonistas nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2002, inclusive uma que foi ferida de bala, sendo o orador central o general (hoje reformado) Jorge Luis Carneiro, que dirigiu o Ministério da Defesa depois do golpe. Na ocasião, ele comandava uma brigada do Exército e teve atuação destacada contra os chefes militares que participaram ou aderiram aos golpistas, inclusive incentivando a multidão a manter o cerco ao Palácio Miraflores. Carneiro relembrou passo a passo os fatos ocorridos naqueles três dias. Ainda na sexta, o povo continuou na Puente Llaguno até perto de meia-noite, com uma vigília cultural. E noe sábado, dia 12, ocorreu um desfile cívico-militar e outros eventos.
Livro de Darcy Ribeiro - Durante a semana houve exposição de fotos sobre o chefe revolucionário mexicano Emiliano Zapata, com a presença de sua filha Ana Maria Zapata Portillo, 93 anos (a Fundação Emiliano Zapata condecorou o presidente venezuelano com medalha só outorgada até hoje ao líder cubano Fidel Castro); outra mostra com desenhos de crianças sobre o 11 de abril, recital de poesias, manifestação cultural para recordar as vítimas, exibição de documentário, feira de livros (entre os lançamentos, o nosso Darcy Ribeiro, com a obra La Universidad Nueva), exposição de fotografias “Quem são os terroristas?”, sobre as atrocidades praticadas na América Latina e no mundo pelo império estadounidense, etc, etc.
No dia 9 de abril, aconteceu também amplo debate, especialmente através de jornais, TV e rádio, em torno dos 60 anos do assassinato do líder popular colombiano Jorge Eliécer Gaitán (em 9 de abril de 1948), fato que transtornou a história do país e cujas repercussões estão vivas até hoje na violenta conjuntura da vizinha Colômbia.
(Quem quiser relembrar os fatos de 11, 12 e 13/4/2002, é só acessar o sítio http://www.telesurtv.net/ - “11 de abril na Venezuela – Resenha de um Golpe de Estado”).
Comentários
Abraços.
Sempre leio teus artigos,tentei fazer alguns comentários, mas meu analfabetismo digital, não permitiu enviá-los, mas agora com ajuda da minhas filhas, parece que vai.
Parabéns, somente assim possamos conhecer verdadeiramente a America Latina...
É de pessoas como vc(indispensável na imprensa de um País sério.)que a gente acredita que as coisas ainda, serão melhores.
Um grande abraço.
Edelson
Adorei o conteúdo do seu blog.Já estou divulgando no movimento social.
Um abraço
cidelia argolo