DOIS DIAS DE REFLEXÃO ANTES DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS ARGENTINAS

(Foto: Página/12)
Segundo impressões recolhidas pela Prensa Latina na rua, o candidato Daniel Scioli, da Frente para a Victoria (FpV), conquistará a Casa Rosada nas urnas no domingo.

Da agência de notícias Prensa Latina, de 23/10/2015

Buenos Aires - Hoje entrou em vigor um cessar eleitoral (campanhas encerradas) de dois dias que os argentinos aproveitarão para refletir sobre a quem elegerão no domingo para substituir na Casa Rosada Cristina Fernández como novo presidente do país.

Nenhum dos seis candidatos poderá fazer ato nem emitir mensagens públicas, como também os meios não poderão abordar o tema eleitoral, ainda que pelas redes sociais, cujo uso não está regularizado ainda pela lei sobre eleições, os políticos, colaboradores e simpatizantes seguirão fazendo campanha.

Após dois meses de intensa briga, e de um ano de longo e extenuante calendário eleitoral que incluiu eleições em 11 províncias, com suas correspondentes eleições primárias, estes dois dias parecerão um remanso de paz.

No domingo define-se quem será o próximo presidente argentino, ou se terá que alongar o processo a um segundo turno até 22 de novembro.

Mas segundo impressões recolhidas pela Prensa Latina na rua, e inclusive entre ativistas de espaços opositores e a forma em que se projetam nos últimos dias seus rivais, o candidato Daniel Scioli, da Frente para a Victoria (FpV), conquistará a Casa Rosada nas urnas no domingo.

Ontem, fecharam suas respectivas campanhas, em diversos pontos do país, os seis candidatos. Scioli escolheu o emblemático estádio Lua Park de Buenos Aires que parecia rebentar de tanta gente que coincidiu.

O candidato do FpV acompanhado por seu colega de chapa, Carlos Zannini, lançou o compromisso de eliminar o imposto aos salários para os que ganhem menos de 30 mil pesos (3.158 dólares) ao mês, notícia gratamente recebida pelos grêmios (sindicatos).

Até agora, o teto para não pagar esses tributos é 15 mil pesos (1.579 dólares). Esta decisão beneficiará mais de 580 mil trabalhadores e aposentados.

E anunciou outra medida econômica de caráter social: devolver-lhe a imposto IVA a pensionistas e beneficiários de programas sociais, o que significará um aumento em seus rendimentos de 21%.

No ato, ao saliente governador da província de Buenos Aires viu-lhe solto, com controle, animado; projetou uma imagem de serenidade, o qual mostra segurança e brinda confiança.

A frase eixo de seu discurso em que listou as prioridades centrais de seu governo se chega à Casa Rosada foi: "Venho a oferecer-lhe ao povo, confiança e tranquilidade", e comentou que "assumiremos um país ordenado, desendividado com paz social", obrigado – disse - à acertada condução da presidenta Cristina Fernández.

O resto dos candidatos, a cada qual por seu lado, também pôs fim nesta quinta-feira, como estabelecem as normas, a seus esforços pros elitistas.

Mauricio Macri, da aliança de direita Mudemos, fazer na cidade de Córdoba, onde seguiu com um discurso populista conforme as circunstância em que se comprometeu a respeitar os benefícios que têm ganho os argentinos e a unir o país.

O candidato pela coalizão Uma Nova Alternativa, Sergio Massa, que fechou campanha em seu município de Tigre, optou pelo negativismo ao proferir a ameaça de "vamos varrer todos os ñoquis à Campora", a organização que nasceu com o Kirchnerismo e que lidera Máximo Kirchner, filho de Néstor e Cristina.

E como Scioli lhe roubou a iniciativa sobre o imposto aos ganhos, disse que "isso não basta". Viu-lhe exasperado; gritou demasiado, e atacou a todos. Não lhe viu comedido como no debate eleitoral.

Margarita Stolbitzer, a candidata da Frente Progressista, abarcou temas como a corrupção, a violência no futebol, o diálogo com os empresários e a situação dos professores em seu último ato pros elitista antes das eleições do domingo.

O líder da trotskista (nota do blog: no Brasil seria chamada extrema esquerda ou esquerda radical) Frente de Esquerda, Nicolás do Caño, e seu agrupamento elegeram a intercepção das avenidas Correntes e Callao para concluir sua campanha, em que reiterou que seu afã é proteger os trabalhadores.

Adolfo Rodríguez Saá, peronista dissidente de Compromisso Federal e sexto aspirante em campanha, terminou mais cedo, na manhã, brindou um café da manhã a um grupo de jovens em um hotel de Córdoba, e depois ofereceu seus votos ao de direita Macri.

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