GARCÍA LINERA ALERTA SOBRE A OFENSIVA DA DIREITA NOS SINDICATOS E NA ACADEMIA

(Foto: El Telégrafo)
Linera assinalou que é impossível alcançar um processo revolucionário sem uma transformação cultural e nesse ponto advertiu que as forças de direita estão tentando afirmar seus interesses nos sindicatos e na academia. Diante deste cenário, chamou a "não descuidar das ideias depois das vitórias" eleitorais.
Do jornal equatoriano El Telégrafo (empresa pública do governo federal), edição digital de hoje, dia 29
Por mais de uma hora, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, fez uma exaustiva radiografia da situação atual das esquerdas - com os governos progressistas às costas - e, sobretudo, acerca dos desafios que devem enfrentar diante "da nova etapa do neoliberalismo".
Durante o Encontro Latino-americano Progressista (ELAP), que se realiza em Quito, García Linera analisou profundamente as mudanças que tem vivido a região na última década com a chegada ao poder de figuras de esquerda em nações como Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai, Brasil e Argentina.
Deixou claro que, para ele, o "socialismo é a radicalização da democracia" em distintos espaços como o governo central e a Assembleia (Congresso Nacional). Ademais, considerou que "a democracia não somente é um método, é também o espaço do próprio processo revolucionário".
O vice-presidente boliviano resgatou em várias ocasiões o papel do Estado, que catalogou como "o espaço do comum da sociedade".
"Não pode haver uma esquerda revolucionária que não opte pelo poder (...) Mas deve democratizar esse poder"
Fez um chamado aos movimentos de esquerda para não se contentarem com a consecução do poder através da via eleitoral, mas sim a democratizar esse poder alcançado. "Não pode haver uma esquerda revolucionária que não opte pelo poder (...) Mas deve democratizar esse poder", manifestou o pensador boliviano.
Linera assinalou que é impossível alcançar um processo revolucionário sem uma transformação cultural e nesse ponto advertiu que as forças de direita estão tentando afirmar seus interesses nos sindicatos e na academia. Diante deste cenário, chamou a "não descuidar das ideias depois das vitórias" eleitorais.
Fez finca-pé em fortalecer as bases dos movimentos progressistas ao ponto de aconselhar que "não deve haver cenário onde não esteja o revolucionario".
“Nascemos nas ruas, daí viemos. Temos que ter força nas ruas”
Continua em espanhol, com traduções pontuais:
El político también pidió un 'sacudón' al interior de los movimientos sociales para retomar las movilizaciones. "Hay que tener fuerza en las calles (nas ruas). Nacimos en las calles (nas ruas), de ahí venimos". En este espacio criticó a la "izquierda de cafetín" y "perfumada" a la que "le incomoda el estruendo de la batalla".
“O futuro socialista vai ser ecológico, ou não vai ser futuro”
Sobre la capacidad de los estados para aprovechar sus recursos naturales, García Linera planteó la necesidad de continuar con el extractivismo, pero de manera temporal (temporária), hasta que se pueda avanzar hasta una economía del conocimiento. Arremetió contra ONG ambientalistas - de las que afirmó que reciben "buena cantidad de dinero" para criticar a gobiernos progresistas. "Las ONG se dedican a ver desde la ventana (da janela) lo que pasa en el mundo, desde donde estén (de onde estejam)", dijo.
Sin embargo, el Vicepresidente reconoció que "el futuro socialista va a ser ecológico, o (ou) no va a ser futuro", por lo que hizo un llamado a ser eficaz para luchar contra la pobreza para poder abandonar el extractivismo.
“O que aconteça na América Latina vai depender das decisões na área econômica"

En la parte final de su intervención, García Linera bosquejó el accionar de la derecha en los próximos años. Para él, "lo que pase en América Latina va a depender de las decisiones en el ámbito económico. Ahí es donde apunta sus cañones el imperio". Por lo que exigió a los gobiernos de la región a ser revolucionarios "en la capacidad de gestión económica de nuestros países" para redistribuir las riquezas.

Tradução (parcial): Jadson Oliveira


Observação deste Evidentemente: García Linera, o vice de Evo Morales, é um intelectual engajado na luta política, professor, antigo militante de esquerda, cientista político, estudioso especialmente da participação dos povos indígenas na vida do país.

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