ARGENTINA: O CANDIDATO DE CRISTINA KIRCHNER É O MAIS VOTADO NAS ELEIÇÕES PRIMÁRIAS

Carlos Zannini (vice) e Daniel Scioli, com suas mulheres, festejando a vitória kirchnerista (Foto: Pagina/12)
Daniel Scioli, governador da província (estado) de Buenos Aires, ficou em primeiro lugar no “teste” eleitoral deste domingo, batendo Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires e principal opositor para suceder a presidenta Cristina Kirchner.
Numa contagem muito lenta, na qual faltava somar a maior parte dos votos da província de Buenos Aires (onde estão quase 40% dos votos dos argentinos), Scioli estava com 37% dos votos. 
Um total de seis chapas se credenciavam para disputar as eleições presidenciais de 25 de outubro.
Por Fernando Cibeira – do jornal argentino Página/12, edição impressa de hoje, dia 10 (vai abaixo traduzida, com algumas observações, apenas a abertura da matéria principal do Página/12)
O candidato presidencial da Frente para a Vitória (FpV – coalizão das forças ligadas à presidenta Cristina Kirchner), Daniel Scioli (governador da província – estado – de Buenos Aires), resultou o aspirante à Casa Rosada com mais votos nas eleições primárias de ontem com 37%, segundo a contagem parcial quando do encerramento desta edição. 
É um resultado contundente, visto de qualquer ângulo. A única verdade é a realidade”, afirmou Scioli depois da meia-noite, ante o lentíssimo escrutínio. 
A 12 pontos de distância se situava, em segundo lugar, Mauricio Macri (prefeito de Buenos Aires), o que lhe bastou para ganhar com folga a disputa interna em Cambiemos contra Ernesto Sanz e Elisa Carrió. A aliança opositora somava 31,4%. 
O terceiro foi Sergio Massa com 12,7%, superando José Manuel de la Sota. A frente armada pela aliança UNA chegava perto de 21%. 
Outros três candidatos presidenciais superaram o piso (1,5% dos votos, o que dá direito a concorrer na eleição propriamente dita) e competirão em 25 de outubro (na eleição para presidente da República): Nicolás del Caño, que era o mais votado na interna da FIT (Frente de Esquerda, que no Brasil seria chamada extrema esquerda) ; Margarita Stolbizer, de Progressistas, e Adolfo Rodríguez Saá, de Compromisso Federal.
Também houve PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, como são chamadas oficialmente as eleições primárias) para eleger governador em seis províncias.
Na província de Buenos Aires, Aníbal Fernández estava à frente numa dura competição com Julián Domínguez na disputa interna da Frente para a Vitória (kirchnerista). Com números muito parciais, a FpV alcançava um total de 39% dos votos e superava a candidata de Cambiemos (a aliança ligada a Mauricio Macri, de direita, a força opositora mais forte), María Eugenia Vidal, que obtinha 32%, e o candidato de UNA, Felipe Solá, cerca de 19%.
Esta é apenas a abertura da matéria principal de hoje do Página/12; quem quiser ler mais em espanhol, clique aqui
Mais observações deste Evidentemente:
Como no Brasil não há eleições primárias, chamadas na Argentina de PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias), vão algumas dicas:
A aliança de partidos que conseguir pelo menos 1,5% dos votos se credencia a disputar a eleição propriamente dita.
Para que os resultados anunciados acima sejam compreendidos, é preciso levar em conta que uma aliança (coalizão de partidos) pode disputar com apenas uma chapa e também com duas ou mais.
A chapa kirchnerista que vai disputar a presidência, a mais votada, foi para as primárias como chapa única: então os votos que obteve para presidente são votos para o candidato Daniel Scioli. Quer dizer: internamente, os kirchneristas já tinham decidido com que nomes (presidente e vice) iriam para o pleito em 25 de outubro.

No caso de Mauricio Macri, o principal opositor, da direita, ele foi para as internas disputando a indicação para ser candidato com dois outros nomes da mesma aliança (ou coalizão, ou coligação, como usamos mais no Brasil), chamada Cambiemos (Mudemos). Sua aliança estava com cerca de 31% dos votos, em sua grande maioria destinados a ele.  

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