UNASUL: LULA, MUJICA E A NOVA AMÉRICA LATINA

Sec. de Comunicación - Presidencia Uruguay / Flickr
(Foto: Sec. de Comunicación - Presidencia Uruguay / Flickr)

Lula defendeu que os desafios imediatos devem ser superados pela integração e Mujica declarou que a política ''não pode ser conduzida pelo mercado.''

Por Niko Schvarz - Bitácora/Uruguai - reproduzido do portal Carta Maior, de 10/12/2014

A VIII Cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul) realizada em Guayaquil e em Quito, Equador, é de importância extraordinária. Nela, inaugurou-se a sede do organismo continental no complexo A Metade do Mundo da capital equatoriana. A reunião foi também precedida na quarta-feira (3) por uma conferência magistral em Guayaquil feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "A unidade e a integração latino-americana e caribenha: passado, presente e futuro".
 
No início da Cúpula, quinta-feira (4), o presidente do Uruguai, José Mujica, recebeu a presidência pro tempore da instituição das mãos do presidente de Suriname, Désiré Bouterse, e foi alvo de uma cálida homenagem por parte do presidente anfitrião, Rafael Correa, respondendo com um discurso de enorme repercussão. No encontro, destacou-se que a Unasul é o reflexo do ideal bolivariano da integração latino-americana e caribenha e ficou claro o destacado papel da nova América Latina no mundo atual.
 
Lula avaliou o atual panorama do continente e os desafios imediatos que devem ser superados através dos mecanismos de integração. A ideia central de sua fala é que a “América do Sul e o Caribe têm possibilidades reais de contribuir para uma nova ordem política e econômica global mais justa, equitativa e equilibrada” e que nesse caminho o principal desafio é “construir um pensamento estratégico da América Latina e do Caribe, um projeto integrador que aproveite sua formidável riqueza histórica, cultural e natural”. Destacou a necessidade de inovar nos processos inclusivos para alcançar um verdadeiro projeto de integração na região, um continente potência com uma população de 600 milhões de habitantes e um PIB superior aos 5 bilhões de dólares. (Nota deste blog Evidentemente: o correto deve ser 5 trilhões de dólares).
 
Em sua avaliação, é preciso apostar não apenas em uma integração política e econômica, mas na dos povos da região. E destacou que a maior integração do continente será possível quando os povos estiverem envolvidos e superarem as travas burocráticas.
 
Neste último aspecto, sua exposição foi de extrema vivacidade. Dirigindo-se a Ernesto Samper, o ex-presidente da Colômbia, que está na secretaria-geral da Unasul, enumerou uma série de exemplos concretos de travas burocráticas de todo tipo que impediram, em múltiplos casos que detalhou, a execução prática das decisões adotadas pelos presidentes do bloco. Os exemplos que expôs foram conclusivos e trouxeram o assunto para a realidade.
 
O comentário geral é que as palavras do líder do Partido dos Trabalhadores fortaleceram as bases estabelecidas pelos que originalmente impulsionaram o órgão regional, os presidentes Néstor Kircher, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela, aos quais Lula fez menção especial. Ressaltou, neste sentido, que a integração não é o problema, mas parte da solução; que os avanços alcançados nessa matéria nos últimos anos foram muitos, mas que ainda há muito por fazer nesse terreno.

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