DR. AMARAL: O BRASIL LEMBRA DA FRASE DE ULYSSES: SOU VELHO, MAS NÃO SOU VELHACO


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Roberto Amaral, presidente do PSB (Foto: Tijolaço)
Ninguém (e até agora ninguém é ninguém mesmo, porque o único papel que surgiu é anônimo) compra um avião de R$ 20 milhões para “doar”  para  uma campanha que vai durar quatro meses.

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço, de 02/09.2014

O Dr. Roberto Amaral fará hoje uma escolha.

Aquela que um dia, Ullysses Guimarães retratou na frase: sou velho, mas não sou velhaco.

Hoje vão se entregar as contas do PSB sobre receitas e gastos de campanha.

Nela, segundo ele próprio anuncia, constará “tudo”.

Os dirigentes do partido acenam com uma “doação” do avião que servia a Eduardo Campos e Marina Silva e que acabou por vitimar o candidato do PSB, transformando sua vice em “obra de Deus”.

O Dr. Roberto Amaral sabe que esta “doação” é mentirosa e os documentos (?) que tentarão lhe dar aparência de real são falsificações.

Ninguém (e até agora ninguém é ninguém mesmo, porque o único papel que surgiu é anônimo) compra um avião de R$ 20 milhões para “doar”  para  uma campanha que vai durar quatro meses.

Pela simples razão de que o aluguel de um jatinho, fazendo o mesmo papel de servir ao candidato, com tripulação, operação e combustível, custaria pouco mais de um décimo deste valor.

Mesmo que o “doador” fosse um louco, o partido lhe diria isso e diria que alugasse.

Tanto é assim que nenhuma campanha, mais milionária que fosse, ousou até hoje tamanho golpe: “não me empreste um avião, doe-me um”.

Dos destroços do Cessna emana a evidência de uma fraude.

Se é isso, como antecipou ontem o Estadão, o que o PSB vai apresentar à Justiça Eleitoral será a consumação de um crime que vai além do Código Eleitoral, vai à lei penal brasileira.

Gravíssimo, pois vai além da materialidade do delito, mas atinge a boa-fé de toda a população.

Não há um jornalista com quem converse que não esteja convencido de que houve uma trampa aeronáutica de milhões dólares sob as asas da “nova política”.

Hoje, com a entrega dos documentos,  produz-se a certidão de óbito de qualquer alegação de honradez e ética que possa haver nela, inapelavelmente.

A “Operação Uruguai” de PC Farias será uma miniatura, frente à fraude que se está por consumar.

É tão grande, mas tão grande que – mesmo com a cumplicidade da mídia, que não estampa o episódio escandaloso com o destaque que merece e demonstra uma inexplicável preguiça em encontrar, há mais de 15 dias, os espertalhões que intermediaram o negócio – nada poderá ocultá-la.

E ela vai surgir como um escândalo capaz de derrubar o  governo que, com seu encobrimento, procuram eleger.

O dr. Roberto Amaral fará mais que uma escolha sobre se será velho apenas ou velhaco, como na frase de Ullysses.

Com ele à frente, vão escolher hoje se têm um partido político ou uma societas sceleris, uma quadrilha.

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