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Do portal Nodal – Notícias da América Latina e Caribe (com Agência Prensa Latina), de 12/08/2014
O projeto subversivo contra Cuba, revelado pela agência Associated Press (AP), ilustra que os Estados Unidos nunca renunciaram a seu objetivo de romper a ordem constitucional e destruir a Revolução, afirmou o estudioso francês Salim Lamrani.
Interrogado sobre o tema por Prensa Latina, o professor recordou que leis como a Torricelli e a Helms-Burton, ademais de recrudescer o bloqueio, estabelecem a existência dum orçamento destinado a financiar a subversão.
Num artigo publicado em 4 de agosto, a AP divulgou um plano da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid) com a finalidade de recrutar jovens cubanos e organizá-los para atuar contra o governo.
De acordo com a AP, a Usaid e sua contratista, Creative Associates International, utilizaram jovens latino-americanos, que foram enviados em segredo à nação caribenha para “identificar atores duma potencial mudança social”, tudo isso dentro dum programa destinado a fomentar a instabilidade.
“A razão de ser da Usaid é desestabilizar os países que se emancipam da sombra tutelar de Washington e que adotam políticas a favor dos interesses nacionais e não dos interesses dos Estados Unidos”, disse Lamrani.
O doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos considerou que a Agência para o Desenvolvimento Internacional representa uma séria ameaça para a democracia na América Latina, pois promove a ruptura da ordem constitucional, assessora e financia dissidentes.
“Numa palavra, a Usaid faz de modo semi-clandestino o que os Estados Unidos faziam clandestinamente durante a guerra fria”, afirmou.
O programa foi revelado apenas três meses depois da AP divulgar outro projeto encoberto da Usaid, conhecido como Zunzuneo.
Chamado também “Twitter cubano”, este plano consistiu na promoção em segredo duma rede social cujo propósito era criar situações de desestabilização para provocar mudanças no ordenamento político do país.
Esta política dos Estados Unidos constitui uma violação das regras mais elementares do Direito Internacional, que proíbe terminantemente a intromissão nos assuntos internos de outra nação soberana, afirmou o acadêmico francês.
O especialista no tema das relações Estados Unidos-Cuba considera que o presidente norte-americano, Barack Obama, “não tem vontade política de sentar-se a uma mesa de diálogo para buscar uma solução ao diferendo que divide Washington e Havana há mais de meio século”.
Tradução: Jadson Oliveira
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