Manifestação dos chavistas (Foto: AVN/Agência Venezuelana de Notícias) |
Manifestação da oposição (Foto: jornal espanhol El País) |
Ferido à bala nos protestos da oposição (Foto: El País) |
Pelo menos três pessoas morreram
e 23 ficaram feridas em choques nas ruas: o chefe de Estado, Nicolás Maduro, avaliou
que vem ressurgindo na Venezuela uma corrente nazi-fascista que pretende levar o
país pelo caminho da violência e do caos. A oposição exigiu a libertação de três
estudantes.
Matéria do jornal argentino Página/12, edição impressa de hoje, dia
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Pelo
menos três pessoas morreram e 23 resultaram feridas ontem, dia 12, em Caracas durante
as mobilizações contra e a favor do presidente Nicolás Maduro. Estudantes
simpatizantes da oposição, acompanhados de vários políticos, se concentraram
desde a manhã na Praça Venezuela, no centro da capital, para denunciar a
política econômica do governo e exigir a libertação de universitários detidos nos
últimos dias em protestos no interior do país. Ao mesmo tempo, ondas de
manifestantes vestidos de vermelho, a cor do chavismo, se encontraram em diferentes
praças de Caracas e de outros estados do país para celebrar os 200 anos da
denominada Batalha da Vitória, data na qual se comemora na Venezuela o Dia da
Juventude. “Os setores políticos que queiram expressar sua opinião no país podem
fazê-lo como sempre, mas têm a obrigação de fazê-lo em paz, respeitando a vida,
o povo, não como vimos recentemente nos ataques à família do governador do estado
de Táchira, Vielma Mora, por parte dos setores nazi-fascistas”, expressou
Maduro.
O chefe
de Estado, que se juntou à marcha dos governistas acompanhado de vários de seus
ministros, avaliou que vem ressurgindo na Venezuela uma corrente nazi-fascista
que pretende levar o país pelo caminho da violência e do caos. “Não podemos nos
deixar tirar do centro da nossa vida e do trabalho por quatro preguiçosos
violentos da cúpula da direita. A trilogia do mal representa o capitalismo
privatizador, são a expressão do passado e daqueles que negaram o direito ao
estudo a todos vocês”, disse.
Mais duas imagens dos chavistas, na primeira aparece o presidente Maduro (Fotos: AVN) |
O
presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, confirmou a morte dum suposto
militante chavista de 40 anos, identificado como Juan Montoya, num ato que atribuiu
ao “fascismo”. “O fascismo estava ali, ali na Procuradoria e o estavam caçando,
a um camarada íntegro, lutador. Foi assassinado vilmente pelo fascismo”, afirmou
Cabello ao dar a notícia durante um ato no estado de Aragua (centro-norte). Segundo
o relato de Cabello, a morte ocorreu numa zona do oeste de Caracas conhecida
como La Candelaria, sede da Procuradoria e onde a oposição concluiu a marcha
convocada. As outras vítimas fatais são Bassil Alejandro Dacosta, um estudante
de 24 anos que morreu enquanto era operado por ter sido ferido à bala na cabeça,
e Neyder Arellano Sierra, também estudante e também baleado na cabeça, segundo
o jornal El Universal, de Caracas.
Participaram
da concentração antichavista dirigentes
opositores, como Henrique Capriles, governador do estado de Miranda, a deputada
María Corina Machado, Leopoldo López, do partido Vontade Popular, e Antonio
Ledezma, prefeito metropolitano de Caracas. No meio de bandeiras com as cores laranja,
amarela e azul, da oposição, se exigia a libertação de três estudantes
tachirenses encarcerados, acusados de terem assediado a casa do governador Mora,
e se protestava contra a escassez de alimentos e produtos básicos.
Continua
em espanhol:
“No nos vamos a arrodillar (ajoelhar, render), que le echen bola
(empeño), vamos a ver quién puede más. ¡Tienen a nuestros estudiantes presos,
los queremos libres!”, clamó David Smolansky, alcalde (prefeito) del municipio
caraqueño de El Hatillo y ex dirigente estudiantil, mientras la multitud
coreaba: “Y va a caer, y va a caer, este gobierno va a caer”. Medios (meios de
comunicação) opositores y organizaciones estudiantiles señalaron que cinco
jóvenes resultaron heridos de bala el martes (terça-feira) en Mérida, luego de
que individuos en moto abrieran fuego contra la protesta. Los universitarios
que encabezaron la marcha a la Fiscalía (Procuradoria) dijeron que no
desistirían de su protesta hasta que sus compañeros sean liberados, alegando
que las autoridades no tienen pruebas de que cometieran hechos fuera de la ley.
Fotos da violência e repressão policial nos atos da oposição (5 fotos: El País) |
El presidente de la Federación de Centros Universitarios de la
Universidad Central de Venezuela (UCV), Juan Requesens, dijo que la
manifestación de los jóvenes es pacífica y que el gobierno debe sacarse (tirar)
de la cabeza que pretenden derrocarlo. “Haremos todas las diligencias que
tengamos que hacer para que liberen a nuestros compañeros, que el gobierno
entienda que nuestra protesta es pacífica y siempre en el marco de la
Constitución. El movimiento estudiantil no se va a involucrar en una agenda
para tumbar el gobierno porque no es nuestra naturaleza, para eso están los
políticos”, indicó.
En las manifestaciones oficialistas (do governo) la consigna era el
apoyo a Maduro y las medidas que lanzó para combatir la llamada “guerra
económica”, señalada por el gobierno como la responsable de la inflación
anualizada de 56,3 por ciento y la escasez de distintos alimentos y productos.
Las concentraciones del gobierno fueron transmitidas en directo por la
televisión estatal y contaron con la presencia del mandatario, mientras (enquanto)
que las cadenas privadas difundieron simultáneamente las manifestaciones
opositoras.
Dentro de la Mesa de Unidad Democrática (MUD) que reúne a 29 partidos
opositores, el sector que encabeza López, a quien secunda la diputada Machado,
quedó (ficou) enfrentado al que lidera Capriles, hasta ahora considerado líder
de la oposición. “Nosotros no hemos abandonado la lucha y nunca lo haremos,
pero si la lucha es con carácter violento no estaremos allí, porque eso no nos
llevará a un cambio real y permanente; el caos no se resuelve con más caos”,
sostuvo Capriles, según un comunicado que difundió su oficina de prensa (sua
assessoria de imprensa).
Tradução:
Jadson Oliveira
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