José Dirceu parece que está vendo melhor as coisas depois que caiu nas malhas da farsa do Mensalão (Foto: Internet) |
Primeira, a assinatura do artigo fica confusa. É atribuída formalmente a José Dirceu, mas o texto indica que não. De qualquer forma, dá a entender que o Dirceu endossa seu conteúdo.
Segunda, é uma temeridade dizer que o Brasil já foi governado, em qualquer período, pela esquerda. Quando poderes relevantes de fato - como o grande empresariado, os banqueiros, o agronegócio, os latifundiários, as mineradoras, as grandes empreiteiras, as empresas transnacionais e os monopólios da mídia hegemônica - estiveram fora do poder no Brasil?
Terceira, quando se fala da "direita conservadora, aliada a parte da imprensa", não seria mais correto dizer "aliada a quase totalidade da imprensa"?
Quarta, pelo jeito o nosso José Dirceu está pensando mais claramente depois que teve de deixar o governo e caiu nas malhas da farsa do Mensalão. Segundo contou o senador Roberto Requião (Paraná-PMDB) - é até difícil de se acreditar, mas costumo acreditar nas coisas do Requião -, certa vez ele sugeriu ao então presidente Lula criar uma TV para enfrentar a desinformação diária a que está submetida a população brasileira. Lula mandou que ele conversasse primeiro com o seu então chefe da Casa Civil, que vinha a ser o Dirceu. Repito, segundo Requião, Dirceu lhe disse que não havia necessidade de criar emissora de TV, porque o governo já tinha "a sua TV". Qual? A TV Globo, teria respondido José Dirceu. Pode ser, companheiros!? Li isso há algum tempo e nunca soube de algum desmentido do nosso Dirceu.
Quinta, "é preciso fazer o enfrentamento político". Muito certo, mas é preciso que o PT, o governo, o Lula e a Dilma deem uma mãozinha. Pequenas sugestões introdutórias que demonstrariam uma certa disposição política: por que não parar com essa política de desmobilização popular, vocês só querem o povo pra votar? por que não parar com essa política de financiamento da mídia privada hegemônica? por que não parar de perseguir as pouquíssimas rádios e TVs verdadeiramente comunitárias que teimam em sobreviver neste Brasil?
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