HONDURAS: MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIOS AUMENTAM A CONSCIÊNCIA DE INDÍGENAS E NEGROS



Tomás Gómez: “Quebrar o cerco midiático imposto pelos meios corporativos de informação” (Foto: Giorgio Trucchi/Opera Mundi)
Novas emissoras privilegiaram a participação de jovens e mulheres, desempenhado um trabalho educativo e cultural.

De acordo com o padre Ismael Moreno, diretor da Rádio Progresso, qualquer projeto de movimento social e popular em Honduras “tem de incorporar uma estratégia para quebrar o cerco midiático e a concentração dos meios de comunicação”, e também para “construir articulações, tanto em um nível interno como nacional e internacional”.

Por Giorgio Trucchi, de Tegucigalpa, no portal Opera Mundi, de 19/01/2014

A normativa especial para a mídia comunitária recentemente aprovada em Honduras, assim como a criação da AMCH (Associação de Meios de Comunicação Comunitários de Honduras), como estímulo para que organizações sociais e comunidades sejam incitadas a solicitar ao Estado novas frequências ou o reconhecimento daquelas já usadas para transmitir de “forma livre”, são elementos que evidenciam a crescente conscientização dos hondurenhos sobre a importância da comunicação e da quebra do oligopólio informativo que existe no país.

É um processo iniciado há vários anos com o apoio e o empenho determinantes das populações indígenas e negras de Honduras, e continuado depois do golpe de Estado de 2009, quando ficou ainda mais evidente a capacidade das grandes corporações de informação de criar “cercos midiáticos” e manipular a realidade que o povo hondurenho estava vivendo.

A Rádio Guarajambala e a Rádio A Voz Lenca AM e FM são três emissoras comunitárias que operam com a coordenação e o financiamento autoadministrado do Copinh (Conselho Cívico das Organizações Populares e Indígenas de Honduras). Criadas com muito esforço e coragem no começo do novo século, essas rádios têm como objetivo principal o trabalho de contrainformação e de comunicação alternativa popular, capacitando as pessoas em temas como a defesa dos direitos humanos, da terra, dos recursos naturais e dos direitos dos povos indígenas.


“Sua presença no território da comunidade indígena lenca tem sido fundamental para criar consciência na população sobre as grandes problemáticas que afetam sua vida. Além disso, permitiu quebrar o cerco midiático imposto pelos meios corporativos de informação, e reunir várias comunidades para que defendam seus recursos naturais da investida do grande capital nacional e transnacional”, disse Tomás Gómez, correspondente da Rádio Guarajambala, a Opera Mundi.

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