MUJICA: “A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA SE CHAMA CONSUMISMO”




José Mujica: “O consumismo é uma doença de massas que é funcional aos interesses da acumulação”

Do portal Nodal – Notícias da América Latina e Caribe, de 05/09/2013

No mesmo dia em que o Parlamento uruguaio aprovou a lei da mineração de grande porte, o presidente José Mujica enviou uma mensagem à população sobre a importância que seu governo dá ao meio ambiente, afetado em muitos casos pela demanda excessiva gerada pelas políticas consumistas. “A escravidão contemporânea se chama consumismo. É uma doença de massas que é funcional aos interesses da acumulação”, afirmou, acrescentando que esse “consumo desenfreado de massas inviabiliza o mundo, sobretudo porque a natureza não resiste à civilização do usa e joga fora”, advertiu.

Sublinhou que não se pode agredir permanentemente a atmosfera, “não se pode desprezar nem a água nem o meio ambiente. Nos damos conta de que a verdadeira luta ecológica é uma luta política”, disse, defendendo as propostas dos grupos ecologistas, as quais definiu como “honradas”, ainda que “tentam mitigar apenas as consequencias desta civilização consumista”. Pela terceira vez consecutiva, Mujica falou sobre o que  considera a “perda da liberdade”, que é o consumismo exacerbado. “É uma doença de massas funcional aos interesses da acumulação”, definiu, classificando-a como “uma escravidão contemporânea”.

Sustentou que o sistema capitalista “necessita multiplicar permanentemente o consumo, inovar nos produtos oferecidos perseguindo seu objetivo: a acumulação. Tudo se tornou mercado, desde o nascimento até a morte”. Explicou que resulta difícil separar na consciência das pessoas as categorias de consumo básico dos outros que são induzidos pela pressão social e pelo marketing, “que produz uma consciência de triunfo para os que têm êxito profissional, reconhecimento e renda financeira que assegurem o alto consumo”. Disse que “aqueles que são pobres e não podem participar da feira do consumo caem na baixa autoestima e na exclusão”.

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