CHILE: ESTUDANTES VOLTAM ÀS RUAS POR MUDANÇAS

(Foto: Prensa Latina)




Santiago do Chile, 5 setembro (Agência Prensa Latina) - Milhares de estudantes saíram nesta quinta-feira, dia 5, às ruas para exigir mudanças profundas no modelo nacional de educação, cujas origens têm bases na época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Os jovens, tanto secundaristas como universitários, junto a familiares, professores, e outros, partiram da Praça Itália com cartazes e faixas, exigindo ensino gratuito, de qualidade, e que o Estado assuma um papel reitor nesta área.

Ontem, os líderes estudantis convocaram todos os estudantes a cuidar da passeata para evitar desordem e que o sentido da mobilização seja desvirtuado.

Instaram os carabineros (polícia militarizada) a proteger os estudantes em vez de reprimi-los.

Para o presidente da Federação de Estudantes do Chile, Andrés Fielbaum, "as mobilizações são as melhores ferramentas que temos para poder transformar o Chile".

Fielbaum disse ontem à imprensa que estariam nesta manifestação "todos que quiserem construir um país que deixe a herança de Pinochet para trás".

Assim mesmo, o presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, Diego Vela, lembrou que esta medida de pressão contra o Governo de Sebastián Piñera, acontece faltando só cinco dias para o aniversário 40 do golpe de Estado contra Salvador Allende.

Uma data que fraturou um país e que impôs mediante a tortura e assassinato de milhares de chilenos "um modelo político, econômico e social que hoje em dia se evidencia nas consequências nefastas que teve", enfatizou o líder estudantil.

Fez um chamado a todos a "dar o passo" para romper com o legado da ditadura e resolver as necessidades que o Chile tem, o que se conseguirá a partir da organização e construção, com diferentes atores em todo o país, pela educação.

Ontem, os estudantes divulgaram um programa de 11 páginas que reúne reivindicações históricas do movimento estudantil e dos movimentos sociais.

"Concebemos a educação como um direito social universal que deve ser garantido como tal pela Constituição Política do Chile e estar livre de todo interesse particular para orientar à satisfação do interesse geral, com vistas a contribuir com o desenvolvimento social e econômico do país", afirmou Vela.

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