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Um dos líderes da guerrilha urbana, o jornalista Cid Benjamin (foto) está prestes a lançar o livro 'Gracias a la Vida'. Ele diz que se pudesse voltar no tempo faria tudo de novo, mas de outra forma

Por Caio Barbosa, no portal Rede Democrática, postagem de 22/04/2013

Rio - O DIA: Por que lançar um livro só agora, tanto tempo depois da prisão?

CID: As pessoas me cobram este livro há muito tempo por uma série de motivos. E eu adiava porque não queria fazer só um relato, mas uma espécie de reflexão sobre uma série de questões. E como eu não tinha tempo nem pressa e não me sentia em condições de fazer como eu queria, o livro está saindo só agora.

Da maioria dos ex-companheiros, pelo menos os mais conhecidos, como o Fernando Gabeira e o (ex-ministro) Franklin Martins, você é um dos poucos que se mantêm em defesa do socialismo.

Mudei algumas concepções, mas no essencial eu continuo no mesmo lado onde estava. Hoje, dou um peso maior à democracia, até porque acho que ela não enfraquece o socialismo. Muito pelo contrário. Ela valoriza e enriquece a proposta socialista.

(...)

Apesar de ter sido fundador do PT e um dos coordenadores da campanha do Lula na histórica eleição de 1989, você diz no livro que o melhor para o país teria sido a eleição de Leonel Brizola. Por quê?

Pela educação. Acho que ela tem de ser prioridade em qualquer governo, de esquerda ou direita. Isso não tem a ver com o socialismo e não necessariamente vai ameaçar as classes dominantes. Se o PT tivesse revolucionado a educação fundamental nestes 11 anos, já teria sido um legado enorme. Mas nunca fizeram isso. Aliás, não há quem cite neste governo uma única medida que tenha contrariado o interesse das classes dominantes, dos bancos, dos empreiteiros, das multinacionais e do agronegócio.


Acréscimo do Evidentemente: Segundo informações colhidas na Internet (Wikipédia), Cid Benjamin, além de jornalista, é político (candidatou-se pelo PSOL a deputado estadual no Rio de Janeiro em 2006) e professor. Completa 65 anos este ano. Nos anos 60/70 participou da guerrilha urbana contra a ditadura. Foi militante do MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro, data - de 1967 - em que Che Guevara foi morto na Bolívia). Em 1969, com 21 anos de idade, participou do sequestro do embaixador estadunidense Charles Burke Elbrick. Foi preso, torturado, exilado e anistiado. 

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