Luis Patti: de ex-policial da ditadura a ex-prefeito e quase deputado (Foto: Reprodução) |
Mas todas as atenções estavam concentradas em Patti, que começou a atuar na polícia da província (estado) de Buenos Aires desde 1973, antes, portanto, do início da última ditadura (1976) – tem uma longa lista de acusações por crimes de lesa humanidade -, e teve uma atuação política de relativo destaque após a queda do regime militar. Daí a sua grande “popularidade”.
Chegou a ser prefeito (“intendente”) duas vezes do município de Escobar, onde trabalhou como policial, e se candidatou duas vezes a governador da província (na segunda vez ficou em segundo lugar). Em 2005 foi eleito deputado federal, mas a Câmara dos Deputados recusou-se a reconhecer a sua eleição, não lhe deu posse, o que gerou uma polêmica enorme, inclusive no âmbito judicial. Mesmo sem nenhuma condenação na Justiça, foi preso em 2008. Em 2009, mesmo na cadeia, tentou nova candidatura a deputado, mas foi barrado pela Justiça.
Agora, finalmente, a condenação. Luis Abelardo Patti tem apenas 58 anos, está enfermo, se recuperando de um AVC, cuja gravidade, segundo seus acusadores, seria uma simulação para atenuar seus crimes.
Segundo dados veiculados na imprensa argentina, até hoje existem 204 repressores da última ditadura condenados, alguns com mais de uma condenação (o ex-ditador Jorge Rafael Videla, por exemplo, tem duas: uma a 25 anos e outra à perpétua); e mais de 800 estão sendo submetidos a julgamentos; este envolvendo Luis Patti é o quarto julgamento encerrado neste ano.
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