1 - PRAIA GIRÓN: PRIMEIRA DERROTA MILITAR DOS EUA NA AMÉRICA LATINA (Quatro notas latino-americanas)

Uma epopéia latino-americana: soldados e patriotas cubanos, sob 
o comando do então jovem Fidel Castro, derrotaram os invasores
em 66 horas (Foto: Reprodução)
Na madrugada de 15/abril/1961, há 50 anos – passados então dois anos e pouco do triunfo da Revolução Cubana -, aviões camuflados como se fossem cubanos bombardearam aeroportos militares da Ilha e, logo em seguida, tropas mercenárias sob orientação do Pentágono e da CIA (serviço de inteligência) desembarcaram na Baía de Cochinos. Seriam “insurgentes cubanos” retomando o domínio de Cuba, conforme informavam entusiasmadas as agências de notícias.


A farsa durou pouco. Em 66 horas, os militares e patriotas cubanos, sob o comando direto do então jovem Fidel Castro, derrotaram os invasores e a grande maioria se rendeu. O combate decisivo deu-se no dia 19 na Praia Girón, foi a primeira derrota militar do império estadunidense na América Latina, uma epopéia latino-americana.


O sonho do governo norte-americano era reconhecer de imediato o “governo provisório” a ser declarado pelos invasores numa “zona libertada” e, com respaldo da então submissa OEA (Organização dos Estados Americanos), prestar ajuda militar aos “rebeldes” cubanos. Eram os tempos do glamoroso John Kennedy alimentando os sonhos de mudança em Cuba, ou seja, a volta do neocolonialismo. Hoje, mais de meio século depois, continuam tentando e sonhando...


(Pena que façanhas como essa não possam chegar ao conhecimento do povo brasileiro de forma mais ampla, devido à censura dos monopólios privados de comunicação).






2 - SENADO DO URUGUAI DERRUBA ANISTIA AOS TORTURADORES


Foi um parto traumático. Depois de uma polêmica imensa, o Senado do Uruguai decidiu, no dia 12/abril, pelo apertado escore de 16 a 15, derrubar a chamada Lei de Caducidade, que durante 25 anos garantiu a vigência de anistia aos repressores da ditadura uruguaia (1973-1985), impedindo que fossem a julgamento acusados de crimes de lesa humanidade – sequestros, torturas, desaparições e assassinatos de opositores políticos. A decisão terá que passar ainda na Câmara dos Deputados e ser sancionada pela Presidência.


A Lei de Caducidade estava respaldada por dois referendos populares, isto é, tinha sido confirmada duas vezes pelo eleitorado do país, o que sinaliza o grau de enfrentamento em torno da decisão do Senado. O senador Fernández Huidobro, ex-tupamaro, surpreendeu ao anunciar que votou com a governista Frente Ampla por disciplina partidária, seguindo a posição da maioria, mas renunciaria a seu mandato, lembrando que a maioria do povo uruguaio, nos dois plebiscitos, aprovou a anistia aos repressores.


Chegou-se a prever o veto presidencial, no caso da aprovação na Câmara, mas tal hipótese foi descartada pelo presidente José Mujica, também um ex-guerrilheiro, eleito pela mesma Frente Ampla que patrocinou a derrubada da lei.






(Ilustração de Página/12)
3 - OS “10 MANDAMENTOS” DA SEGURANÇA ARGENTINA


O jornal Página/12 (edição de 29/março) criou o que chamou os “10 mandamentos” da segurança do governo da Argentina, com base na orientação da ministra da Segurança, Nilda Garré, no que diz respeito à atuação das forças policiais diante dos chamados “conflitos sociais”, ou seja, greve de trabalhadores, protestos de caráter sindical, ocupação de terras, ocupação de prédios na luta por moradia popular, fechamento de ruas, manifestações populares, etc. Em síntese, diálogo e não repressão policial, dentro da ótica de defesa dos Direitos Humanos, de acordo com a política oficial do governo federal. (No “IX mandamento”, “funcionário político” quer dizer uma pessoa designada pelas autoridades dos órgãos de segurança).


I - Não portarás armas de foto;


II – Não usarás pistolas lança-gases;


III – Só usarás balas de borracha para defesa;


IV – Deverás estar identificado;


V – No utilizarás veículos sem identificação;


VI – Garantirás a livre cobertura jornalística;


VII – Não impedirás a tomada de imagens;


VIII – A intervenção policial será progressiva;


IX – Um funcionário político coordenará as ações;


X – Antes de tudo, dialogarás.






4 - CORREA: SIP QUER “MENTIR, CALUNIAR E FICAR NA IMPUNIDADE”


Declarações no sábado, dia 16, em seu programa de rádio, do presidente do Equador, Rafael Correa, um dos presidentes da América Latina que vivem sob bombardeio cerrado dos monopólios dos meios privados de comunicação:


“A SIP (Sociedade Interamericana de “Prensa” - Imprensa), apesar de ter nome bonito, não representa nem os jornalistas nem os cidadãos, e sim os donos dos principais jornais da América (...) É o sindicato dos donos de jornais, empresários que produzem em vez de batatas, informação, mas que perseguem uma finalidade, lucro, dinheiro (...) Esses senhores, que são empresários como quaisquer outros, por manejar meios de comunicação, se crêem acima do bem e do mal”. Enfatizou que não cederá ante a lógica do poder dos meios de comunicação, que pretendem colocar-se acima da lei, “mentir, caluniar e ficar na impunidade”. (Com base em matéria do sítio da TV Telesur).


Comentários

Companheiro lendo esses seus artigos e ouvindo “Grândola Vila Morena” essa linda canção do poeta e compositor português Zeca Afonso. Essa canção foi senha para o inicio da revolução dos Cravos, e que nesse Abril completa 37 anos, Penso no trabalho importante que vc. vem realizando com o seu blog, viajando pela nossa linda América do Sul e Central vivendo e divulgando as lutas populares do nosso Povo.
“Veja bem companheiro” como vc. fala, Rss. Pessoas como vc. são imprescindíveis a sociedade e a memória do povo.

Parabéns Companheiro

Vai esse poema lindo da Revolução dos Cravos.

http://letras.terra.com.br/zeca-afonso/749168/

Grândola Vila Morena
Zeca Afonso

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade.