Turistando em Trinidad

De Porto Espanha (Trinidad e Tobago) – No sábado, dia 3, fiz meu primeiro passeio turístico fora da capital trinidense. Até agora o turismo estava restrito às caminhadas pelas ruas da cidade e visitas a alguns locais, como o porto e a bela biblioteca pública. Fomos – três colegas colombianos do curso de inglês e eu – à Praia de Maracas (Maracas Beach), a mais badalada por aqui.


Praia é praia. Quem é de Salvador/Bahia/Brasil, sabe que é difícil encontrar praias tão belas quanto as baianas ou, de modo geral, do Nordeste brasileiro. Mas podemos dizer que a de Maracas é também muita bonita, com aquelas águas claras típicas do mar do Caribe.


Fica na baía do mesmo nome (uns 40 minutos de ônibus, pequeno, tipo van), uma impressionante vista na parte nordeste da ilha, enfeitada por morros totalmente cobertos pela mata – o azul do mar, o verde da floresta e as tiras esbranquiçadas da areia, formando uma linda paisagem. No mais, muito calor e sol forte (parte do dia, porém, esteve nublado, chegou a chover à tarde quando retornávamos, um alívio no calorzão).

Tomamos umas cervejinhas Carib, pelo gargalo à moda de Trinidad (os amigos colombianos, que são bebedores moderadíssimos, me disseram que há esse hábito também em seu país, inclusive com garrafas grandes). E dois do grupo comeram o famoso por aqui Bake and Shark, comida típica da região.


Vou tentar explicar, mas quem me conhece sabe que nesse negócio de comida não entendo nada (pra compensar, como de tudo, ou de quase tudo): é um sanduíche, cujo principal ingrediente é um pedaço de peixe (shark, olhei no dicionário, é um tipo de peixe), coberto com aquela capa de fritura. Aí você acrescenta, a seu gosto, vários complementos, como abacaxi, tomate, repolho, ketchup, caldo de alho, outros caldos, etc, etc, inclusive pimenta, fortíssima por sinal.


Aliás, aqui quase toda comida tem pimenta. Sofri até aprender a perguntar: no pepper? no hot? (não pimenta? não quente?), fazendo gestos com a mão e a boca para indicar ardor. Mesmo eles garantindo que não há pimenta, você termina sentindo a boca arder, nem que seja pouco.

CURIOSIDADE DA SÉRIE turista é sempre Garfado: perguntei no hotel onde tomar ônibus para a Praia de Maracas. Me disseram que não havia ônibus para Maracas, eu teria que tomar um táxi, custaria 100 dólares americanos – US$ (o equivalente a 600 dólares trinidenses – TT$).
Estranhei: e as pessoas mais pobres como é que viajam pra lá? Me responderam, certamente tentando me enrolar, não entendi nada. Eu disse OK (já sabia, pelo celular, que os colombianos estavam indo de ônibus) e saí pra batalhar pelo centro da cidade. Após mais de uma hora, me batendo aqui e acolá, às voltas com o inglês incompreensível, um senhor me levou até a rua onde os ônibus fazem ponto (ele já ia para aquelas bandas). Sabem quanto paguei? nove dólares trinidenses - TT$. Pode ser? Todo mundo acha que turista é besta e rico, o que tem muita lógica.
NOVOS AMIGOS COLOMBIANOS – Como é quase impossível me entrosar com os nativos de Trinidad, por causa do idioma, estou me enturmando com os colegas do curso de inglês, todos falam espanhol (na minha turma de 10, tem gente, todos jovens, da Venezuela, Colômbia e Argentina, parece que as garotas são todas venezuelanas).

Armando Viveros, 18 anos, Frederico Santo Domingo, 25, e Jesus David, 27 (citados na ordem que aparecem na foto) foram meus companheiros de Maracas (combinamos passar o próximo final de semana na outra ilha, Tobago).

Armando gosta de viajar, conhecer outras terras, se diz um “viajero”. Já esteve no Peru, Equador e Panamá. Agora aproveita o curso também para conhecer mais um país. Disse que vai me visitar quando eu estiver no Brasil. Não pensa em fazer universidade, quer um curso técnico, arranjar logo uma profissão, “quero estudar Culinária na Austrália”, planeja. Ele é da cidade de Santa Marta, no departamento (estado) de Madalena, na costa norte da Colômbia.

Frederico e Jesus são de Barranquilla, departamento de Atlántico, também no norte do país. São pilotos comerciais, trabalham na Aerorepública, empresa aérea colombiana que programa iniciar uma linha para São Paulo/Brasil lá para o próximo mês de junho. A aprendizagem do inglês é por conveniência da própria companhia. Eles se conheceram no curso de Aviação. Jesus lembrou que a vantagem de estudar em Trinidad é pela maior facilidade do visto, além da proximidade.

Digam três coisas que lembram o Brasil, pedi. Todos incluíram o Carnaval, sendo que Armando acrescentou “do Rio de Janeiro”. E mais: jogo bonito de futebol e as garotas brasileñas, de ouvir falar, “gostaria de conhecer de fato”. Frederico também citou as garotas e mais o Cristo Redentor, enquanto Jesus fez mais três referências: os aviões da Embraer, os carros brasileiros e a floresta amazônica.

Comentários

Carmel disse…
Jadito,

Buena sorte, good trip !

artur carmel
acarmel@uol.com.br
Joana D'Arck disse…
Saudade, companheiro. Bjs.
Anônimo disse…
Rapaz lendo esse seu texto só me veio a cabeça o livro de alberto camus, que li a muitos anos atrás, o titulo não lembro, acho que é "diário de viagem". Posta uma foto de uma carinbenha ai. rss.
abração
rui baiano
Jadson disse…
Carmel, Joaninha, Rui, companheiros(as), irmãos, hermanos, brothers, que felicidade compartilhar com vcs meus momentos caribeños. Beijos, abraços.
LINHARES disse…
Grande amigo Jadson!

Vc esta muito bem por sinal e que lugar bonito hem, esperamos vc outra vez aqui em manaus.
Um grande abraço
LINHARES
Jadson disse…
Olá, Linhares e os intrépidos peladeiros da Força Aérea, de nossa simpática Manaus, um dia desses desembarco por aí, quem sabe? para matar as saudades. E as esticadas depois do baba, digo, pelada? Abração, amigo, lembranças para sua acolhedora família.
Unknown disse…
Olá Jadson,

Dei uma olhada no seu blog e gostei bastante. Como estou querendo fazer um curso de ingles em TT gostaria de saber um pouco da sua opniao. Meu nome eh Francisco e email fjcoelho16@gmail.com Obrigado.
Anônimo disse…
oi jadson!
eu quero falar com vc..!!
armando! de trinidad e tobago