Nove dias de emoções - 6


8º dia – 11/1/2001 (quinta-feira)
12:15h - Pousada Aconchego da Telma – Mangue Seco

De Costa Azul a Mangue Seco – 28 Km (mais um recorde)
Saída – 4:45h
Chegada – 11h (6:15h para 28 Km)
Hoje jornada duríssima. “Deta e Jadson excederam de novo”, disse Deta parafraseando o bordão da Shell. Foram 6:15h de jornada ininterrupta, agravada pela maré cheia (areia fofa) nas primeiras três horas da caminhada. Ambos descalços. No início cheguei a duvidar se conseguiríamos, pois na primeira hora sentimos cansaço. Lembramos até da primeira hora no início da jornada na Praia do Forte (também com areia fofa). Mas, resistimos e fomos em frente. A partir das 7:30/8h a maré já tinha baixado o suficiente para retomarmos nosso terreno predileto (areia batida).
Até a chegada, porém, foi duro. Avistamos os primeiros sinais da praia de Mangue Seco – depois de passarmos na altura da entrada para o povoado de Coqueiros (a 6 Km de Mangue Seco) – e parecia difícil completar. Perguntei a um pescador/nativo se já estava perto de M.Seco. Isso junto da entrada pra Coqueiros, distante, portanto, cerca de 6 Km. Ele mirou, apontou e me respondeu: “Tá sim. É lá naquele moi de coqueiro”. Chegamos aos trancos e barrancos. Sentamos numa barraca, tomamos banho de mar e as tradicionais duas cervejinhas. E, como ninguém é de ferro, entramos pra M.Seco de bugre – cerca de 1,5/2 Km às margens do rio Real.
Trecho todo com bela praia, limpa, especialmente na maré baixa. Encontramos pouca gente e, já próximo, alguns carros e muitos bugres. Já na praia de M.Seco e no povoado, inúmeros bugres.
No nosso ítem mais badalado – o calçado – tudo bem hoje. Deta fez todo o percurso descalça e eu acabei com sandália. Um dos melhores dias neste ítem.
Em Costa Azul topamos com um companheiro andarilho. O paulista Paulo, que, conforme nos contou, já andou por todo este Brasil. Ficamos na mesma pousada e saímos juntos hoje de manhã, mas ele acabou ficando para trás. Não sabemos se resolveu se atrasar, para curtir, ou foi obrigado devido à maré cheia e por andar bastante pesado – uma mochila grande e uma pequena. Provavelmente o encontraremos hoje aqui em Mangue Seco.
Um susto. Durante o percurso, ao passarmos defronte de um grande conjunto de imóveis (na verdade instalações de um enorme empreendimento de criação e beneficiamento de camarões, conforme nos informaram), dois enormes cachorros, tipo pastor alemão, vieram em nossa direção latindo ameaçadoramente. Deta, sabiamente, disse logo pra não corrermos, pra continuarmos caminhando como se nada estivesse acontecendo. Dito e feito. A uns 20 metros de nós eles foram se acalmando, pararam e voltaram.
Amanhã entraremos em território sergipano e talvez cheguemos até Aracaju, encerrando a aventura.

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