De La Paz (Bolívia) - A direita argentina - especialmente através dos seus mais reluzentes porta-vozes, os meios de comunicação de massa – gritou, esperneou, mas não teve jeito: os monopólios da mídia perderam uma guerra que se desenrolou nos últimos seis meses e o chamado espectro radioelétrico (onde transitam os sinais de rádio e televisão), que é na verdade propriedade do povo, do Estado, vai passar a ser usado de forma igualitária entre o setor privado, o estatal e o comunitário – 33% para cada um. (Atenção, isto é na Argentina, que distância da situação do nosso Brasil!).
O Grupo Clarín, um dos maiores conglomerados de mídia da América do Sul, que pode ser comparado às “nossas” Organizações Globo (creio que, proporcionalmente, o monopólio da Globo é bem maior), fez o diabo para conservar seus privilégios, estribado no velho discurso da defesa da liberdade de expressão (liberdade deles, dos empresários)।
A nova legislação argentina atinge em cheio os monopólios privados. Impede, por exemplo, que um só grupo detenha a propriedade de TV aberta e TV a cabo, limita a abrangência territorial das emissoras e ordena que as concessões para explorar rádio e televisão sejam revisadas no prazo de 10 anos (no Brasil, tais concessões são, na prática, eternas, passam de pais para filhos, para netos, uma maravilha!)
SESSÃO NO SENADO DUROU 20 HORAS - A presidenta (no espanhol se usa assim “presidenta”, no nosso português fica feio, não?) Cristina
Kirchner (foto) mandou o projeto ao Congresso no dia 27 de agosto, depois de uns quatro meses de debates pelo país. Nos 44 dias de tramitação nas duas casas legislativas (a aprovação final deu-se em 10 de outubro), os meios políticos e midiáticos viveram uma verdadeira maratona, com audiências públicas que atravessavam horas e horas. A última sessão para votação do projeto, já no Senado, durou 20 horas.
Durante a tramitação, as forças governistas promoveram cerca de 200 modificações no projeto original, o que propiciou o alargamento da aliança entre os setores democráticos, populares e de esquerda, visando o enfrentamento e a vitória sobre os grupos direitistas, defensores, óbvio, das corporações privadas da mídia.
ARGUMENTO ETICAMENTE FORTE DA DIREITA - A direita, alinhada na oposição ao governo, tinha, na minha opinião, um argumento eticamente forte. É que as forças governistas saíram das últimas eleições legislativas bastante enfraquecidas, perderam a maioria. A oposição, então, argumentava que a nova Lei de Comunicação Audiovisual, de fundamental importância para os destinos do país, deveria ser votada a partir de dezembro próximo, com a posse dos novos legisladores.
POR QUE MANTER UMA LEI DA DITADURA? - Já o governo, que neste embate estava apoiado pela esquerda, tinha pressa (ia ficar mais fraco na próxima legislatura) e manejava também um argumento forte: por que esperar se a legislação a ser substituída é indefensável, anti-democrática, elaborada em 1980 pela ditadura militar?
A nova lei terminou aprovada na Câmara dos Deputados por 147 votos favoráveis, quatro contra e uma abstenção। A grande diferença é porque uns 100 deputados oposicionistas deixaram o plenário no momento da votação (este detalhe é muitas vezes omitido nas publicações favoráveis ao projeto, o que esconde o equilíbrio das forças e a dificuldade para sua aprovação)। Já no Senado, o placar foi mais favorável - 44 a favor e 24 contra।
Cristina Kirchner não perdeu tempo। Sancionou logo o novo estatuto legal e na quarta-feira, dia 21, assinou decreto criando a Autoridade de Aplicação da Lei de Comunicação Audiovisual। O órgão é constituído pelo Poder Executivo, com representantes da oposição, das empresas de comunicação, dos trabalhadores do setor e também do meio acadêmico.
CONSTRUTORES DE UMA REALIDADE CAPCIOSA - Para dar uma idéia das discussões: o senador governista, Nicolás Fernández, defendendo a aprovação da nova lei, declarou que é necessário “romper com a ditadura” das empresas jornalísticas, acrescentando que os meios de comunicação “devem ser o veículo da realidade” e não “construtores de uma realidade capciosa”.
Já a senadora da Coalizão Cívica, Maria Eugenia Estensoro, oposicionista, disse que “com esta lei se propõe uma televisão com fronteiras para os meios privados, porém a única que não vai ter fronteiras é a voz do governo”.
(As informações são baseadas, sobretudo, em matérias do sítio da TV Telesur – http://www.telesurtv.net/ ).
O Grupo Clarín, um dos maiores conglomerados de mídia da América do Sul, que pode ser comparado às “nossas” Organizações Globo (creio que, proporcionalmente, o monopólio da Globo é bem maior), fez o diabo para conservar seus privilégios, estribado no velho discurso da defesa da liberdade de expressão (liberdade deles, dos empresários)।
A nova legislação argentina atinge em cheio os monopólios privados. Impede, por exemplo, que um só grupo detenha a propriedade de TV aberta e TV a cabo, limita a abrangência territorial das emissoras e ordena que as concessões para explorar rádio e televisão sejam revisadas no prazo de 10 anos (no Brasil, tais concessões são, na prática, eternas, passam de pais para filhos, para netos, uma maravilha!)
SESSÃO NO SENADO DUROU 20 HORAS - A presidenta (no espanhol se usa assim “presidenta”, no nosso português fica feio, não?) Cristina
Kirchner (foto) mandou o projeto ao Congresso no dia 27 de agosto, depois de uns quatro meses de debates pelo país. Nos 44 dias de tramitação nas duas casas legislativas (a aprovação final deu-se em 10 de outubro), os meios políticos e midiáticos viveram uma verdadeira maratona, com audiências públicas que atravessavam horas e horas. A última sessão para votação do projeto, já no Senado, durou 20 horas.
Durante a tramitação, as forças governistas promoveram cerca de 200 modificações no projeto original, o que propiciou o alargamento da aliança entre os setores democráticos, populares e de esquerda, visando o enfrentamento e a vitória sobre os grupos direitistas, defensores, óbvio, das corporações privadas da mídia.
ARGUMENTO ETICAMENTE FORTE DA DIREITA - A direita, alinhada na oposição ao governo, tinha, na minha opinião, um argumento eticamente forte. É que as forças governistas saíram das últimas eleições legislativas bastante enfraquecidas, perderam a maioria. A oposição, então, argumentava que a nova Lei de Comunicação Audiovisual, de fundamental importância para os destinos do país, deveria ser votada a partir de dezembro próximo, com a posse dos novos legisladores.
POR QUE MANTER UMA LEI DA DITADURA? - Já o governo, que neste embate estava apoiado pela esquerda, tinha pressa (ia ficar mais fraco na próxima legislatura) e manejava também um argumento forte: por que esperar se a legislação a ser substituída é indefensável, anti-democrática, elaborada em 1980 pela ditadura militar?
A nova lei terminou aprovada na Câmara dos Deputados por 147 votos favoráveis, quatro contra e uma abstenção। A grande diferença é porque uns 100 deputados oposicionistas deixaram o plenário no momento da votação (este detalhe é muitas vezes omitido nas publicações favoráveis ao projeto, o que esconde o equilíbrio das forças e a dificuldade para sua aprovação)। Já no Senado, o placar foi mais favorável - 44 a favor e 24 contra।
Cristina Kirchner não perdeu tempo। Sancionou logo o novo estatuto legal e na quarta-feira, dia 21, assinou decreto criando a Autoridade de Aplicação da Lei de Comunicação Audiovisual। O órgão é constituído pelo Poder Executivo, com representantes da oposição, das empresas de comunicação, dos trabalhadores do setor e também do meio acadêmico.
CONSTRUTORES DE UMA REALIDADE CAPCIOSA - Para dar uma idéia das discussões: o senador governista, Nicolás Fernández, defendendo a aprovação da nova lei, declarou que é necessário “romper com a ditadura” das empresas jornalísticas, acrescentando que os meios de comunicação “devem ser o veículo da realidade” e não “construtores de uma realidade capciosa”.
Já a senadora da Coalizão Cívica, Maria Eugenia Estensoro, oposicionista, disse que “com esta lei se propõe uma televisão com fronteiras para os meios privados, porém a única que não vai ter fronteiras é a voz do governo”.
(As informações são baseadas, sobretudo, em matérias do sítio da TV Telesur – http://www.telesurtv.net/ ).
Comentários
CARLOS DE ASSUMPÇÃO seu nome esta realçado entre os maiores poetas do mundo e assim no Brasil nas principais obras da cultura afro brasileiro"A Mão Afro-Brasileira" Emanoel Araújo. “Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana” Nei Lopes. “Enciclopédia Quem é quem na negritude brasileira” Eduardo de Oliveira.Enciclopédia“África Mãe dos Gênios Negros Afros Brasileiros” Jorge J. Oliveira entre outras obras. Os Dizeres dos grandes mestres sobre Carlos Assumpção diz Abdias do Nascimento é o meu poeta, Solano Trindade Protesto é minha alma, Geraldo Filme me arrepia, Clovis Moura a lira de nossas revoltas, Barbosa sinto cada letra, Prof. Eduardo Oliveira minha inspiração, Luís Carlos da Vilaa alma da Kizomba,Tião Carreiro uma alegria triste, Milton Santos Diz tudo, Grande Otelo é o Poema Hino Nacional da luta da Consciência e Resistencia Negra Afro-brasileira.
CARLOS DE ASSUMPÇÃO – O maior poeta da militância negra da historia do Brasil autor do poema o PROTESTO Hino Nacional da luta da Consciência eResistencia Negra Afro-brasileira. O poetaAssumpção é o maior ícone das lideranças e dos movimentos negrose afros brasileiras e uma das maiores referencias do mundo dos ativistas e humanistasem celebração completa 88 anos de vida. CARLOS DE ASSUMPÇÃO nasceu 23 de maio de 1927 em Tiete - SP. Por graças e as benções de Olorum 88 anos de vida com sua família, amigos e nós da ORGANIZAÇÃO NEGRA NACIONAL QUILOMBO O. N. N. Q. FUNDADO 20/11/1970 (E diversas entidades e admiradores parabenizam o aniversario de 88 anos do mestre poeta negro Carlos Assumpção) temos a honra orgulho e satisfação de ligar para a histórica pessoa desejando felicidades, saúde e agradecer a Carlos de Assunpção pela sua obra gigante, em especial o poema escrito em 1955 o Protesto que para muitos é o maior e o mais significante poema dos afros brasileiros o Hino Nacional dos negros. “O Protesto” é o poema mais emblemático dos Afros Brasileiros e uns das América Negra, a escravidão em sua dor e as cicatrizes contemporâneas da inconsciência pragmática da alta sociedade permanente perversa no Poema “O Protesto” foi lançado 1958, na alegria do Brasil campeão de futebol, mas havia impropriedades e povo brasileiro era mal condicionado e hoje na Copa Mundial de Futebol no Brasil 2014 o poema “O Protesto” de Carlos de Assunpção está mais vivo com o povo na revolução para (Queda da Bas. Brasil.tilha) as manifestações reivindicatórias por justiça social econômica do povo brasileiro que desperta na reflexão do vivo protesto.
O mestre Milton Santos dizia os versos do Protesto e o discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington. «I have a Dream» (Eu tenho um sonho) foram os dois maiores clamores pela liberdade, direitos, paz e justiça dos afros americanos. São centenas de jornalistas, críticos e intelectuais do Brasil e de todo mundo que elogia a (O Protesto) (Manifestação que é negra essência poderosa na transformação dos ideais do povo) obra enaltece com eloquência o divisor de águas inquestionável do racismo e cordialidade vigente do Brasil Mas a ditadura e o monopólio da mídia e manipulação das elites que dominam o Brasil censuram o poema Protesto de Carlos de Assunpção que é nosso protesto histórico e renasce e manifesta e congregam os negros e todos os oprimidos, injustiçados desta nação que faz a Copa do Mundo gastando bilhões para uma ilusão de um mês que poderá ser triste ou alegre para o povo brasileiro este mesmo que às vezes não tem ou economiza centavos para as necessidades básicas e até para sua sobrevivência e dos seus. No Brasil
.
Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
quilombonnq@bol.com.br
.
Poema. Protesto de Carlos de Assunpção
Mesmo que voltem as costas
Às minhas palavras de fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar
Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras ouropéis nada
Nada me fará calar
Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o perceba
Muitos dos meus ancestrais
Já mortos há muito tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram visíveis
Sobre grilhões e correntes
Que no presente são invisíveis
Invisíveis mas existentes
Nos braços no pensamento
Nos passos nos sonhos na vida
De cada um dos que vivem
Juntos comigo enjeitados da Pátria
Senhores
O sangue dos meus avós
Que corre nas minhas veias
São gritos de rebeldia
Um dia talvez alguém perguntará
Comovido ante meu sofrimento
Quem é que esta gritando
Quem é que lamenta assim
Quem é
E eu responderei
Sou eu irmão
Irmão tu me desconheces
Sou eu aquele que se tornara
Vitima dos homens
Sou eu aquele que sendo homem
Foi vendido pelos homens
Em leilões em praça pública
Que foi vendido ou trocado
Como instrumento qualquer
Sou eu aquele que plantara
Os canaviais e cafezais
E os regou com suor e sangue
Aquele que sustentou
Sobre os ombros negros e fortes
O progresso do País
O que sofrera mil torturas
O que chorara inutilmente
O que dera tudo o que tinha
E hoje em dia não tem nada
Mas hoje grito não é
Pelo que já se passou
Que se passou é passado
Meu coração já perdoou
Hoje grito meu irmão
É porque depois de tudo
A justiça não chegou
Sou eu quem grita sou eu
O enganado no passado
Preterido no presente
Sou eu quem grita sou eu
Sou eu meu irmão aquele
Que viveu na prisão
Que trabalhou na prisão
Que sofreu na prisão
Para que fosse construído
O alicerce da nação
O alicerce da nação
Tem as pedras dos meus braços
Tem a cal das minhas lágrima
Por isso a nação é triste
É muito grande mas triste
É entre tanta gente triste
Irmão sou eu o mais triste
A minha história é contada
Com tintas de amargura
Um dia sob ovações e rosas de alegria
Jogaram-me de repente
Da prisão em que me achava
Para uma prisão mais ampla
Foi um cavalo de Tróia
A liberdade que me deram
Havia serpentes futuras
Sob o manto do entusiasmo
Um dia jogaram-me de repente
Como bagaços de cana
Como palhas de café
Como coisa imprestável
Que não servia mais pra nada
Um dia jogaram-me de repente
Nas sarjetas da rua do desamparo
Sob ovações e rosas de alegria
Sempre sonhara com a liberdade
Mas a liberdade que me deram
Foi mais ilusão que liberdade
Irmão sou eu quem grita
Eu tenho fortes razões
Irmão sou eu quem grita
Tenho mais necessidade
De gritar que de respirar
Mas irmão fica sabendo
Piedade não é o que eu quero
Piedade não me interessa
Os fracos pedem piedade
Eu quero coisa melhor
Eu não quero mais viver
No porão da sociedade
Não quero ser marginal
Quero entrar em toda parte
Quero ser bem recebido
Basta de humilhações
Minh'alma já está cansada
Eu quero o sol que é de todos
Ou alcanço tudo o que eu quero
Ou gritarei a noite inteira
Como gritam os vulcões
Como gritam os vendavais
Como grita o mar
E nem a morte terá força
Para me fazer calar.
Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
quilombonnq@bol.com.br