Andanças de um viajante quase errante

De Palmas(TO)



Antigo Paço Municipal, onde está o Museu de Arte de Belém
Como amanheceu chovendo nesta sexta-feira, dia 13, aproveito para falar de minhas andanças. Depois de dois meses e meio em Manaus e 17 dias em Belém, onde acompanhei o Fórum Social Mundial, estou em Palmas, capital do Tocantins. Já com passagem comprada, de ônibus, para Goiânia. Até o final do mês pretendo estar em Curitiba, onde penso em me fixar por alguns meses.

O roteiro de Belém a Curitiba está saindo ao sabor da conveniência do traçado das linhas de ônibus. Por exemplo, planejei passar uns dias em Cuiabá e terminei desistindo, pois não achei passagem diretamente pra lá. Vou descendo (olhando o mapa) praticamente em linha reta, pela Belém/Brasília – Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás. Vamos ver se dou uma quebrada até Campo Grande (MS), ou não.

Mercado Ver-o-Peso e parte da Baía do Guajará, clic do Forte do Presépio (Belém)

Fiquei até tentado a usar o verso cantado por Zeca Pagodinho - “deixa a vida me levar” -, pois parece que entrou em moda. Vi outro dia na imprensa na boca do nosso novo líder Gedel e, logo em seguida, foi usado pela presidenciável lulista Dilma. Mas não vou me utilizar dele, foi só uma tentação.

Palmas é uma cidade totalmente diferente dentre as que conheço. Pra começar não tem história, ou melhor, tem uma história de apenas 20 anos. Foi construída especialmente para ser a capital do novo estado, criado pela Constituição de 1988. Quer dizer, não tem nada antigo, é um troço meio asséptico. (Deve ter alguma semelhança com Brasília, pelo que ouço e leio, não conheço Brasília).

As avenidas e ruas (endereços com quadras, zonas e lotes) são largas, pistas duplas, a todo momento há uma rotatória, que chamam “queijo” ou “queijín”, “queijinho”. Prédios modernos, pouquíssimos de três, quatro andares, uma cidade horizontalizada, com imensos vazios, ora com áreas verdes, ora vazio mesmo. Para quem gosta de andar a pé, as distâncias são enormes e é até difícil encontrar gente pra pedir uma informação. São apenas 174 mil pessoas numa área muito extensa.


Avenida JK na moderna Palmas, capital do Tocantins

Parece ser muito organizada. Há uma grande praça, chamada Girassol, onde se concentram os prédios dos três poderes (Executivo – Palácio Araguaia -, Judiciário e Legislativo). Nas proximidades estão os órgãos públicos – todas as secretarias, Ministério Público, Tribunal de Contas, etc, etc. Na entrada (para quem vem do Norte), há o belo Lago da Usina Lajeado, formado por barragem no Rio Tocantins, com uma bonita ponte de sete quilômetros e praias (muito acanhadas para os padrões baianos).

O trânsito funciona que é uma belezura. Decididamente, creio que aqui não há uma epidemia chamada engarrafamento. Poucos semáforos. Experimentei o prazer de atravessar uma avenida, junto com outras pessoas, sem semáforo, na faixa de pedestre. Pois não é que os automóveis, e até motos, diminuíram a marcha para o pessoal passar?!


Palácio Araguaia, do governo do estado (Palmas)



Que diferença, por exemplo, de Belém, com aqueles soberbos monumentos na Cidade Velha e a vista majestosa da Baía do Guajará! O Antigo Paço Municipal, com o Museu de Arte, a Igreja de Santo Alexandre, com o Museu de Arte Sacra, o Forte do Presépio (ou do Castelo), a Casa das 11 Janelas, etc. E, sobretudo, o mercado popular Ver-o-Peso, um local onde você vê e sente o que são as gentes de um lugar, sua alma, seu coração, seu cheiro. Impossível encontrar em Palmas um lugar semelhante. Só daqui a uns 200 anos.

Comentários

Anônimo disse…
Jadson,

Matéria legal sobre Palmas. Mas peça sua editora para revisar melhor, pois tem 2 parágrafos repetidos e as 2 fotos de Belém deveriam estar no final, onde os locais retratados são mencionados, e não no começo.

Abraços,
Fabiano