Paraguai: pendência histórica


Brasil, Argentina e Uruguai têm uma dívida histórica com o povo paraguaio. Seria a hora de pagá-la, agora que o Paraguai parece renascer com a eleição do ex-bispo católico Fernando Lugo para a presidência da República, depois de 61 anos de obscurantismo patrocinado pelo direitista Partido Colorado, incluindo aí os 35 anos (1954/1989) do ditador Alfredo Strossner? Creio que é uma reflexão pertinente. Paraguai, na primeira metade do século 19, até 1865, teve o atrevimento inaceitável de tornar-se uma nação soberana e socialmente progressista, utilizando seus recursos em benefício de sua população. Desafiava, portanto, o império daquela época. Já não era o império romano e ainda não era o império estadounidense. Era o britânico, no qual - se dizia com a arrogância natural de todos os impérios - o sol nunca se punha. Havia pelo menos uma colônia inglesa em cada canto do planeta Terra. Pois bem, os governos brasileiro, argentino e uruguaio de então, sob as ordens do império inglês, reuniram-se na chamada Tríplice Aliança e arrasaram o Paraguai, como os Estados Unidos arrasam hoje o Iraque. O governante paraguaio chamava-se Solano López, que minha geração aprendeu (ou desaprendeu) a conhecer como um ditador sanguinário nos livros didáticos dos anos 50 e 60. Ah! Quanta mentira nos ensinaram! (Que me perdoem os bons professores que tive no Ginásio Municipal de Seabra, Chapada Diamantina, Bahia, entre 1958 e 1961).

Imprensa alternativa/comunitária

Leio aqui no Últimas Notícias, meu jornal preferido em Caracas, que a milenária cultura maia da Guatemala conta, desde o último dia 23, com uma emissora de TV aberta. É a TV Maya, canal 5, exatamente a frequência usada pelo Exército durante recente guerra que ensanguentou o país, durante a qual os indígenas representaram 83% dos 200 mil mortos ou desaparecidos. O povo maia tem agora meio de comunicação próprio para difundir seus costumes, valores e interesses, deixando de estar refém dos grupos empresariais. A cobertura alcança somente a Cidade de Guatemala, capital do país, devido aos poucos recursos. É isto aí, sem imprensa alternativa e comunitária não há salvação.




O bar de David em dia de programação especial da clientela cativa


A sexta-feira e os botecos


Leio aqui no meu coração que hoje é sexta (viernes, vendredi, friday), dia de tomar umas nos botecos da vida (alô David - Parque São Paulo, Chame-Chame, Salvador, Bahia, Brasil, América Latina). Descobri que o Bar de David fica na América Latina, então posso falar dele no blog, não é Joaninha? (Joaninha para os amigos, jornalista Joana d'Arck, criadora e editora do blog). Faço então uma homenagem ao Tuxpan, meu bar em Havana, representando os botecos que tive a ventura de frequentar e os que frequentarei, com certeza. Queria citar todos os bares queridos, mas seria uma falta de respeito aos leitores que não gostam dos borachos (esses bêbados chatos, inconvenientes, irresponsáveis, porém geralmente gente boa). Lá vai, trata-se de um exercício do curso de espanhol na Universidad de La Habana (Cuba):

“El Tuxpan

En el Tuxpan vamos a allá
todos los sábados, quizá.
Amigos quienes de todo
hablan bien y hablan mal.
Son cubanos, brasileños,
con bromas, pimienta y sal.
Economía y área social
con ron, cerveza y mojito.
Las horas vuelan y a las diez
todos tropiezan con sus pies”.

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